sábado, 23 de julho de 2011


O que penso, falo. 
De repente, vez ou outra e por acaso, falo também o que não penso. 
Depois, me retifico ou tento.
O que sinto, digo sem muitas erudições. 
Proibido é dizer sem sentir ou sentir sem dizer. 
Tenho o coração na ponta da língua.
O que não aceito, reivindico. 
O que não gosto, reinvento. 
O que amo, reviro e revivo: peço mais.
O que faz bem aos ouvidos, deixo tocar até ensurdecer. 
As palavras doces, finjo que não entendo e peço pra repetir. 
Palavra bonita eu anoto.
O que penso de verdade, grito. 
O que penso ser suave, sussurro. 
Sussurro... Do que é mais doído, me lembro até o fim da memória.
Gosto de expor meus exageros. 
É bom me parecer comigo.
Espio as miragens e, com elas, pauso a vida por alguns segundos.
O que me surpreende é o que me faz feliz. 
O que emociona tem sempre o gosto da primeira vez. 
Gosto desse gosto. 
Surpresa é doce.


Silvia Prata


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