domingo, 17 de julho de 2011

Dádiva...


"Sabemos que amamos alguém quando suas dores se tornam nossas dores. Querer viver sem nenhuma dor é querer viver sem amar. Amar é também correr o risco da dor. Amor não é dos fracos, mas dos fortes capazes de suportar a dor alheia."
Jung Mo Sung


Dádiva é receber da vida a beleza do encontro; o impagável entrelaçamento das almas em lealdade. Inegociável presente de Deus que nos cuida, amizade. Nas múltiplas faces de sorrisos, amigos.           
Companheirismo em gratuidade que nos ajuda a tonalizar os dias cinzas, que mesmo quando insistimos em deixá-los pálidos se assentam  ao nosso lado dispostos a esperar o retorno das cores.
Soprando fôlego vivaz, as palavras ganham forma corpórea em atitudes, fazendo –se de oásis humano que refrigera e sacia a alma que claudica no deserto da existência.
Residem do lado de dentro, dois corações pulsando como um só. Sangue corrente na veia formando o amigo-irmão. Dividem sonhos, expandem esperança e somam vida diminuindo a dor. Revisando entre protagonistas e coadjuvantes, agregam significados na construção do caminho, posto que o ambiente de confiança instalado vence a inexorabilidade do tempo. Estirão em que alguns passam e outros se vão, mas, amigos mesmo permanecem, ainda que perto ou longe e ausente-presente.
Amigo é o caminho que nos devolve a fé no outro e constrói uma estrada de laços resistentes nos futuros mais incertos e distantes. Com a liberdade que nos une, os amigos nos sabem de longe e se deixam por perto no minuto em que o olhar da gente tenta desviar – se da superação que se esconde atrás das dores.
Coração que ama sem condições e obstáculos. Aconchego em forma de abraço. Ensinamento compondo os passos que desaprendidos, alcançam os degraus dos sonhos mais impossíveis.
Alma que habita as lembranças mais bonitas, presente que dissolve os nossos passados magoados, substituindo – os por enfeites de força e sorrisos, amigos sabem polir os nossos traços.
Amizade é para quem entende, para quem reconhece seus próprios limites.
Ter um amigo é estar salvo, é viver sobre a mão que acalma, sobre o colo que conforta, sobre a palavra que lhe lembra verdades, sobre o encontro que lhe fornece alegrias frescas, recém saídas de uma singularidade.
Amizade é o vento que tira a poeira dos tapetes, afasta as agonias, acrescenta vida aos nossos espaços mais desabitados. Alonga as possibilidades. Às vezes, também é a dor que alcança o nosso peito, que desprende as nossas lágrimas, mas que nunca, nunca perde a medida do perdão.
Não há tempo que lhe faça durar menos. Na amizade, perto é estar dentro e sempre é justo o momento em que nossos encontros luzem milagres.


Priscila Rodê e Patrícia Costa


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