Quantas vezes podemos nos pegar pensando nas coisas corriqueiras da vida, sobre relações afetivas, decisões a tomar, frustrações, momentos de muita vergonha, anseios profissionais e expectativas para o futuro? Assim como também relembrar de algumas marcas fortes dentro de nossa alma que nos faz sentir uma saudade enorme, seja de antigos relacionamentos, amigos ou parentes que nos deixaram, e também buscar em nossa memória situações que vivenciamos intensa alegria, tidos como dias inesquecíveis.
Se um dia nos pegarmos nesses momentos, é bem interessante pararmos para observar uma coisa surpreendente que está acontecendo conosco: “Somos uma coisa que pensa!”
Se um dia nos pegarmos nesses momentos, é bem interessante pararmos para observar uma coisa surpreendente que está acontecendo conosco: “Somos uma coisa que pensa!”
Óh sim, uma coisa que pensa! Que algo tão maravilhoso é poder pensar, poder duvidar, questionar, planejar, negar e afirmar. Sim! O pensar é uma ação que afirma nossa existência como sujeito individual, como já foi dito por um tal de Descartes.
Somos então uma existência que afirma a vida, somos lançados ao mundo como seres finitos e temporais, e por sermos algo vivo estamos sujeitos ao movimento.
Sim! Ao movimento! Que constatação sensacional! Somos seres que vivenciamos um feixe de possibilidades, uma maravilhosa riqueza de opções, uma exuberância na variedade e na fartura de sermos uma existência.
E diante desta afirmação, podemos então perceber que a existência é magnífica, não apenas ser um mesmo modelo para o resto da vida, estando preso a idéias, valores, relacionamento, tipos, situações, mas poder vivenciar, POIS VIVENCIAR É MUDAR, se lançar em novos objetivos, permitir conhecer coisas novas, fazer coisas diferentes, poder fazer cinco anos uma faculdade de direito e quando for se formar largar tudo para ser um garçom num boteco de uma praia. Ou ser um evangélico a vida toda, e nos últimos dias de sua vida poder fazer uma tatuagem de uma garrafa de Vodka, uma mulher pelada e uma frase "FUCK YOU" no meio das costas. Não é SURPREENDENTE como podemos mudar as coisas em nossa volta e em nós mesmos?
Podemos sempre nos lançar a novos desafios, isso não é Maravilhoso?
Um discípulo Zen uma vez perguntou ao seu mestre qual era o melhor caminho para se livrar do Sansara, a roda vida, do Karma, das reencarnações, e o mestre volta para ele, e simplesmente pergunta, “mas quem te colocou neste cativeiro”?
Somos livres para sermos livres a hora que quisermos, para existirmos, nos divertir, sorrir, se emocionar, chorar, abraçar, descobrir, perdoar, amar e ser feliz. Mesmo aquele apego mais forte que temos dentro de nós de uma paixão e/ou amor intenso já vivenciado com alguém, mas que a vida desfez isso, nós PODEMOS nos libertar! A qualquer hora, pois Há vida dentro da gente querendo viver, querendo mudar, vivenciar novas formas de se apaixonar, amar, conhecer...
O mundo se movimenta, e nós nos movimentamos com ele e por nós mesmo, mas o que nos faz nos movimentar? Se movimento é vida, o que nos faz viver? Não é difícil perceber que sem a respiração não poderíamos viver, quando respiramos temos animo, despertando para o mundo. Para os antigos Latinos, a palavra respiração é espírito e animo é alma. Então somos movidos por um espírito que nos preenche de alma, ou uma respiração que nos preenche de animo, essa respiração nos liga com o mundo em movimento. Aqueles que perdem a sintonia com esse movimento precisam apenas se re-ligar a está constatação divina.
Um mestre taoísta, Chuang Tzu certa vez disse: “Você nasceu: que esforço você fez para nascer? Você cresce: que esforço terá feito para crescer? Você respira: que esforço faz para respirar? Tudo se move por conta própria, por que então preocupar-se?...”
Somente temos a obrigação nessa vida de se divertir, viver e ser feliz, sem se preocupar com os novos desafios que a vida ira nos dar. E como somos finitos no tempo temos ainda a imensurável beleza de que a morte pode acontecer a qualquer momento, recheando-nos com mais emoções, sensações de medo, “frio na barriga”, sensações de “perder o fôlego”. Ah! como a vida é extraordinária!
Mesmo diante dos momentos mais difíceis da nossa vida, quando estamos lá em baixo, perdendo totalmente o sentido das coisas, a vida ainda nos dá o direto de tirarmos a nossa própria vida, na hora que quisermos numa extrema liberdade!(sorrisos) Mas mesmo assim nesses momentos podemos fechar nossos olhos e encher nossos pulmões de ar energizando nosso corpo, onde um calor nos esquenta, e junto uma luz se ascende em nosso coração, o animo, a alma se manifestando dentro de nós, e quando soltamos o ar, ele leva embora todas as nossas tristezas, medos e ressentimentos, nos limpando para a próxima respiração, para o próximo desafio, para nos deixar leve, para nos libertar de qualquer peso que esteja em nossas costas, impedindo de sermos felizes, e se surgirem vozes em nossa cabeça dizendo que “não podemos, não devemos”, nos libertamos delas também, sem se preocupar e se perguntar se elas são do pai, professor, mestre ou um pastor qualquer, nos libertar para sermos Felizes.
E quando novamente puxamos o ar, sentindo o calor dentro de nós, e olhamos para nossa luz interna passamos a perceber que somos criaturas divinas, a manifestação em movimento de Deus. E essa luz que há em nós, aumenta com tamanha intensidade, fazendo subir um fervoroso êxtase nos dando um imenso estado de plena graça. Ai que nos entregamos e permitimos que esta luz de puro amor que há dentro de nós, passe a nos ILUMINAR!
Leandro C. Alves
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