Hoje senti-me paralisada pelo silêncio da úmida manhã... Fiquei estática observando o tempo e por 40 minutos não houve esboço de qualquer reação.
Comecei a pensar na “bagunça” desorganizada da minha vida, de muita coisa à minha volta e passou-se 1 hora que perdida em pensamentos desordenados me deixei levar... Tentei resgatar aqueles 60 minutos de devaneios, mas foi em vão...
E aqui em meio a lençóis as lembranças flutuantes se fizeram presentes, sua “volta” que na verdade não foi nem ida, me deixaram a sensação das incertezas e dos erros que cometemos ao permitirmos essa reaproximação.
A tentativa do melhor bem vinda sempre é. Porém, nesses 60 minutos em que me vi envolvida por nuvens de recordações, pensei, e o nosso tempo? Será já passado? E o tempo que deixamos de ganhar com tudo o que deixamos escapar pelo enlace dos dedos não dados? Lembrei do dia em que quase foi embora, se não fosse pelos segundos de ternura no olhar que nos envolveu, as malas já prontas, ficaram jogadas pelo chão e ao meu lado deitou e repousou até o clarear do dia... No momento da partida eu rezei, pedi a Deus que fizesse o melhor por nós e ELE novamente nos deu a oportunidade do recomeço... Um recomeço que não foi reiniciado, foi vivido a partir dali, com as mesmas mágoas e sem zerar o ponteiro... Tudo errado!Pela porta semi-aberta que ficou quando adormeceu em nossa cama foi indo embora a emoção, o calor dos momentos, o respeito, um pouco da admiração, o acalento dos dias de cansaço, a sintonia pelo olhar e a vontade de lutar... Daquele dia em diante nada ficou no lugar, as verdades eram mentirosas, a solidão se fez constante e tua ausência cada vez mais aparente.E, então, compreendi que quando resolveu ficar não foi de coração... Deixou ainda mais pedaços de tristezas espalhados sobre nós, ficamos igualmente perdidos como aqueles 60 minutos que tentei resgatar pela manhã... O tempo não volta atrás e não adianta buscar... Depois de tantas tempestades a porta se fechou e por mais que estivesse semi-aberta, naquele dia, dentro de mim, já estava trancada a chaves, eu que vacilei achando que entregá-las a você valeria à pena! By Flor
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