domingo, 27 de março de 2011

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(...)Por isso centenas de leis, promessas, amarras e justificativas.
Que levam os amantes para um só lugar, o umbral dos corações, o nada.
Toda pessoa que amou sabe o que é isso e suspira profundamente,
tentando expelir este vazio da boca.
Mas, já tem a alma como uma blusa de seda furada com um broche.
Não há nada o que se fazer a respeito.
Nada. Pois o vazio está tão presente quanto o oxigênio que os pulmões bombeiam.
É o estado terminal alcançado pela desvalorização de um grande amor.
Quando está morto feito um boneco suspenso por fios de náilon.
E é deixado assim, como cadáver à mostra, para que todos vejam.
Permitindo e aguardando o final mais triste,
quando a carniça tomba depois de ser mordida por centenas de urubus.
A metáfora poderá parecer por demais exagerada, mas que seja.
É essa correta descrição de um amor carregado pela comodidade.
E, para ratificar a feiúra deste costume tão humano,
pode-se comparar o fim do amor como uma feira,
que começa cheia de flores e frutas perfumadas e termina com lama e restos.


Fernanda Young

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