terça-feira, 15 de março de 2011

Maldita flor...



A vida um caos e ela ali achando que aquele vaso com flor amarela, no canto do quarto, perto da janela, amenizava seus problemas. Olhava pra ela e acreditava que o pequeno objeto trazia sossego no meio de todo aquele inferno, revistas empilhadas, discos desarrumados, dois livros lidos pela metade e abandonados quase no mesmo canto, meia xícara de café gelado em 48 horas, camisetas pretas pra dobrar, jeans pra guardar, preguiça! Naquele dia percebeu que tinha tudo e não era feliz, guardou a auto-estima dentro do armário, trancou e foi dormir chorando... Acordou com os olhos inchados, procurou a chave do armário entre as coisas desarrumadas, entre as coisas empilhadas, entre aquele caos que refletia sentimentos... Não havia mais chave, sentada no canto do quarto, com o pequeno vaso no colo, arrancou pétala por pétala da pequena flor amarela, presente de olhos fechados, cabelos despenteados, teve força apenas para gritar com a cabeça pra fora da janela, berrar perguntando para a cidade cinza, já amanhecida: Por que só mal me quer naquela maldita flor?


Eduardo Baszczyn




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