domingo, 29 de janeiro de 2012

No passo sem compasso...



Apaguei as luzes, calei as vozes, me guardei por fora para dar voz ao que estava dentro. Sentimentos desencontrados esmurravam as portas do coração. Pensei em organizá-los em uma fila, um de cada vez por favor. Tá certo que as vezes precisamos bagunçar para encontrar o lugar das coisas. Aprendi que nada é tão grande como a gente vê. Ainda bem! Decidi descomplicar o simples, simplificar os dias. A gente planeja tanto, aí vem o inesperado fazendo festa, rindo dos nossos projetos megalomaníacos, nos ensinar que muita coisa depende de nós, mas que a vida é muito mais que um bloco de notas. Vem nos mostrar que não existe receita pronta, palavra certa, escolhas erradas, a vida se apresenta cada dia com uma nova roupa e cabe a nós tirá-la para dançar ou ficarmos sentados esperando a coragem chegar.
Reaprendi a construir caminhos sem me preocupar com a chegada, apenas com cada passo da caminhada.


Renata Fagundes


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