terça-feira, 31 de maio de 2011

Só quero rir...


"Não vivo mais numa eterna busca, vivo um dia de cada vez. O final do meu arco-íris é bem debaixo do meu nariz. Minha vida é desalinhada, não sou de farra, nem boa pra casar. Sou do avesso, me gosto assim. Acredito no amor, escolhi viver assim. Valorizo até a menor das intenções. A boa fé. Acredito mais no presente. Do futuro, desconfio muito. Acredito quando a conversa é com os olhos. Acredito no que a alma fala. Na verdade, exagero demais na risada que só frouxa quando o vento é forte e estoura em risada outra vez."


Vanessa Leonardi

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Aumente sua delicadeza em até 28cm...


O que leva o homem à impotência é o cuidado.
O que leva a mulher à frigidez é o cuidado.
O excesso de cuidado. Cuidado demais ataca.
A devassidão é trocada pela devassa terapêutica. Desculpa e por favor saem de moda. Como existe o trabalho, a casa, o dia seguinte e terminou a paixão (e somente os apaixonados são sobrenaturais e não sentem cansaço), o sexo pode ser mais prático, mais direto, pode até não ser. Na cama, estaremos falando dos problemas, das contas, do que deve ser mudado na personalidade. Não encontraremos paciência diante do relógio. Não vamos procurar cheirar a pele para atrair o beijo. 
Eu compreendo perfeitamente quando um homem broxa se a cada instante é lembrado de sua barriga. Eu compreendo perfeitamente quando uma mulher decide dormir quando sua lingerie nova não foi reparada.
Com a relação firmada, a excitação torna-se automática. O corpo tem que pegar no tranco. No início, os joelhos são venerados, os ombros recebem moldura de madeira, os cabelos são alisados com a decência de um espelho. As expressões afetuosas vão e voltam, repetidas com diferentes timbres. Todo homem no começo é, ao mesmo tempo, um tenor, um barítono e um baixo. Toda mulher no começo é, ao mesmo tempo, uma soprano, uma mezzo e uma contralto. Dependendo da região que toca, a voz muda. Não estou pedindo para mentir, muito menos fingir, mas falar um pouco bem para acordar os ouvidos e despertar o interesse. A eficácia mata o erotismo. O aproveitamento total do tempo do relacionamento não colabora com a vaidade. Custa um agrado antes de transar? Uma meia-luz de palavras? Há uma visão sádica que não ajuda nem o masoquista. Falta medida. Falta parar e recomeçar o namoro. Falta esquecer e perceber que o próprio passado não é imutável, não existe certo ou errado, que nem tudo por isso é duvidoso. O amor é confundido com pancadaria. Um teste de resistência. Uma prova de esgotamento nervoso. Se o outro não quer, que vá embora, que desista do prêmio maior que é a confiança. Depois de partilhar meses e cadernos de jornal com nosso par, abandonamos o elogio. Passamos a cobrar e expor os defeitos para que sejam corrigidos. É o cigarro, é a alimentação, é a distração, é o pouco caso com o dinheiro, é a indeterminação do trabalho, é a preguiça. A convivência traz a preocupação com o namorado ou a namorada e uma esquisita vontade de interferir. Entre conhecer e mandar, é um passo. Ou um tropeço. As mais duras agressões não provocam hematomas, ocorrem em nome da sinceridade. O embaraço do sexo não decorre da ausência de intimidade, mas da intimidade e da cobrança que vem com ela. É mais fácil gozar com estranhos. Nunca vi uma mulher ou um homem gostar sem criticar.
Nunca acusamos quem a gente não conhece.
Julgamos infelizmente quem vive nos absolvendo.


Fabrício Carpinejar



domingo, 29 de maio de 2011

Saudade...

 
 
Já perdi tanto tempo tentando definir a saudade. Uma vez me convenci de que seria um sentimento, outrora somente um estado, mas nos momentos mais tristes cheguei a confundi-la com uma forte dor no peito.
 
 
By Flor



Wedding Tickers

O degelo das lágrimas...

 
“Mas se você apurar o ouvido reconhecerá que chamo.” Escutei uma inconfundível voz autoral balbuciando. Foi como uma repentina agulhada de luz a espetar as espessas camadas das trevas. Se era certo que a sua pobreza de haste afilada pudesse não vencê-las, era certo que daquele dia em diante, ressignificasse o sol a estender ondas de claridade sobre as cabeças. Roberta pousou em mim o mesmo olhar com o qual tinha me recebido naquele dia longínquo em que eu tentava limpar as manchas de sangue que, por um infausto motivo, coagularam sob os retalhos flutuantes do meu vestido e nunca mais saíram. Do outro lado, tinha escutado um barulho de vidro contra vidro se contorcendo em formas mutantes atrás das vidraças, num brinde despropositado que só fazem as almas que se sabem estilhaçadas. Embora a hora não me parecesse adequada, fantasiei que se eu parasse diante daquela exuberante torre de mágica sobre a qual se erguia um labirinto de eras e tijolos toscamente dispostos, eu encontraria seu reflexo escavando retinas e fazendo buracos onde não devia. Às vezes tinha a impressão que poderia gritar seu nome de onde quer que estivesse, que o eco da minha voz não seria devolvido, ela me escutaria. Peguei as chaves de um dos automóveis que estavam na garagem e deixei para trás a confusão ruidosa daquela cidade. Passava da meia-noite quando cheguei à porta do edifício senhorial em que ela se refugiava. Fui sem avisá-la, mas como a luz não estava apagada, aquele foi o sinal a indicar-me que minha visita já era esperada. Parei diante daqueles portões cristalizados que faziam as vezes de vidraça. Contemplei-me longamente em silêncio. O reflexo me mostrava um corpo abandonado, como se a alma que o habitasse tivesse se evaporado. Subi lentamente acreditando escutar sua voz vibrar no vazio. Seu eco parecia desenhar degraus em forma de espiral convidando-me a fazer a passagem de acesso à claridade. Como eu havia suspeitado Roberta não tinha deixado o quarto. Auscultei o olho mágico da porta tentando aproximar-me do orifício. Meus dedos fizeram menção de acionar o pesado batedor de metal, mas hesitei um instante como se temesse levantá-lo e não encontrar ninguém me esperando do outro lado. Dei alguns passos para trás, desconcertada. Toquei a campainha e esperei. Tive que insistir duas ou três vezes até ouvir o rangido da porta e constatar que Roberta aparecia no extremo da sala. Ela parou diante de mim e ficamos nos olhando como dois espantalhos. Tentei reunir coragem para lhe dizer qualquer coisa, mas a saliva havia secado e os pensamentos foram incapazes de formular um único parágrafo. Percebi que algo gelatinoso e turvo gotejava de sua face. Lágrimas. Como se acreditássemos que a cura viesse por aquelas pérolas escorregadias que nos entrecortavam as retinas, ajoelhamos abraçadas até implodimos aquele silêncio maldito, e esquecermo-nos do tempo em que aquelas feridas se abriram. Ficamos abraçadas até a luz do dia metralhar as vidraças e formar riachos de claridade nas cortinas da sala. Senti na alma o verdadeiro degelo das lágrimas. Deixamos a luz morna do amanhecer nos emprestar sua luminosidade, até que a temperatura subisse e devolvesse nossa sobriedade. Na manhã seguinte, nossas almas amanheceram quaradas, como se quisessem se prontificar ao uso, agora, sem aquele cheiro enjoativo de umidade prolongada. Pela manhã, deixamos o apartamento e fomos velejar nas cordas daquele antigo balanço e nos entregamos às iluminâncias daquele céu pasteurizado, desses que só existem quando estamos sonhando, sobretudo, se acordados. Voa...Voa...Voa... Soprava o vento enlouquecendo os meus cabelos, como se quisesse me conceder num embalo a passagem de volta para a eterna juventude da alma. Levantei a palma da mão num gesto de rendição e perdi-me naquelas alturas. Quando quis descer, do nada, ela empurrou o balanço ainda mais alto como se quisesse ouvir minhas gargalhadas. Compreendi que os paraísos perdidos estão gravados nas retinas dos que sonham o voo e acreditam que a luz possa ser alcançada até num sorriso. Falo desses que nos arrancam as pessoas amadas quando querem alforriar nossas asas. Mesmo naquelas noites em que a vista fica molhada sob o pára-brisa das pálpebras e nenhum limpador parece capaz de desembaçá-las. Sempre que escrevo um texto e o deito ao lixo, sinto que sou eu quem ali fico. Então fiz o que ela havia me pedido. Retirei-me de lá, desamassei as bordas e reciclei o grito. Com Roberta aprendi que o gelo é uma forma tão precária como as outras. Ela dizia que sua aparente solidez é uma catedral de transparência, em suarenta ruína. As lágrimas são um estado inevitável, uma latência dessa nossa solidez, por vezes pesada, mas necessária para relembrar o que nos falta - completei fazendo mais uma de minhas pausas dramáticas. Deixei que escoassem. Deixei que lavassem. Deixei que levassem. Sob a luz intensa que daquele sol interior emanava, levantei os olhos para o céu e detive-me durante alguns segundos. E o que vi ao abaixá-los, não foi mais aquela ferida negra e sem fundo, o que vi, meu Deus, foram minhas pernas voltando a balançar sobre o mundo.
 

Pipa


sábado, 28 de maio de 2011

Nem tudo...



Nem tudo que é bonito aparenta
Nem tudo que é infalível se aguenta
Nem tudo que ilude mente
Nem tudo que é gostoso tá quente
Nem tudo que se encaixa é pra sempre

Nem tudo que se diz tá dito
Nem tudo que não é você é esquisito
Nem tudo que acaba aqui
Deixa de ser infinito...



Edu Tedeschi / Zélia Duncan

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Coração que sangra...

 
Nas profundezas do oceano sanguíneo ferviam correntes maritímas quentes, quase borbulhantes.
Elas subiam rumo ao norte e aumentavam o fluxo alimentado do orgão cada vez mais pulsante.
Era tempestade em meus mares aortícos, a violência das correntezas dilatavam os vasos até corar a minha face.
Foi amor endógeno, salgado e atlântico.
 
 
Nalimar Freire
 
 

quinta-feira, 26 de maio de 2011

A olho nu...


Às vezes é preciso recolher-se. O coração não quer obedecer, mas alguma vez aquieta; a ansiedade tem pés ligeiros, mas alguma vez resolve sentar-se à beira dessas águas. Ficamos sem falar, sem pensar, sem agir. É um começo de sabedoria, e dói. Dói controlar o pensamento, dói abafar o sentimento, além de ser doloroso parece pobre, triste e sem sentido. Amar era tão infinitamente melhor; curtir quem hoje se ausenta era tão imensamente mais rico. Não queremos escutar essa lição da vida, amadurecer parece algo sombrio, definitivo e assustador. Mas às vezes aquietar-se e esperar que o amor do outro nos descubra nesta praia isolada é só o que nos resta. Entramos no casulo fabricado com tanta dificuldade, e ficamos quase sem sonhar. Quem nos vê nos julga alheados, quem já não nos escuta pensa que emudecemos para sempre, e a gente mesmo às vezes desconfia de que nunca mais será capaz de nada claro, alegre, feliz. Mas quem nos amou, se talvez nos amar ainda há de saber que se nossa essência é ambigüidade e mutação, este silencio é tanto uma máscara quanto foram, quem sabe, um dia os seus acenos.
 

Lya Luft
 


quarta-feira, 25 de maio de 2011

A arte de amar...


Relacionamentos amorosos e seus finais sempre trazem a necessidade de repensarmos a vida. No balanço do que foi ou não feito estão, os telefonemas que não foram dados, as amizades que foram deixadas de lado, as exigências que não foram cumpridas ao pé da letra pelo parceiro, as pequenas negligências: os encontros e datas esquecidas e brigas principalmente causadas pelos exageros individualistas, tudo provocado pelo excesso de trabalho, pressa, estudo. De fato, estamos cada vez mais voltados para o próprio umbigo e o individualismo é um dos principais fatores que causam o término dos relacionamentos.
O que mais parece é que, no mundo de hoje ninguém mais se importa com a solidez de um relacionamento. Já encabeçamos um namoro preparados para o “se”, “se não for a pessoa certa”, “se não der certo”. E quando não dá certo, também não tem problema, afinal, amores vêm, amores vão e não se faz o menor esforço para preservá-los. Ahhh, são assim os amores contemporâneos, tal qual miojo, repletos de felicidades instantâneas e passageiras. Os “eu te amo” trocados no primeiro e único mês de namoro, as demonstrações exageradamente calorosas de afeto nas redes sociais, o juridicamente fácil “casar” e “descasar”.
O amor dos novos tempos funciona como moeda de troca. Somos operários da fábrica de possibilidades a La século XXI, mulheres e homens que estão sempre em busca de algo compensador. Estuda-se muito até alcançar uma educação superior, depois uma estabilidade financeira e uma carreira respeitável e somos felizes porque achamos que já conquistamos tudo que precisávamos. O mercado é quem dita as regras e quem obedece alcança a suposta felicidade, sozinho. De maneira que, o trabalho importa, a ascensão social importa, mas o amor idealizado em um parceiro é apenas um acessório. Se fica difícil lidar com ele é rapidamente trocado.
Todavia, não quero dizer que ninguém mais hoje em dia pensa em encontrar um parceiro e passar o resto da vida ao seu lado. Apesar da maior liberdade e das mudanças globalizadas que aceleram nossas vidas, no fundo o que queremos é encontrar alguém que seja cúmplice e compartilhe momentos. O problema é que não mais sabemos como, lidar com o outro, porque somos vítimas de um século onde tudo é fulgaz. Os amores tornaram-se líquidos, se o outro não se submete às nossas possessões, não corresponde às nossas expectativas, puxamos a tampa e damos adeus ao amor que se escorre pelo ralo.
Diante disto, ainda assim, não dá para dizer que não se possa amar. Talvez as relações se tornem menos frágeis quando entendermos que o amor não é fácil, não se acha se comprarmos GPS, não é contrato, nem investimento na bolsa de valores. Se queremos tê-lo temos que torná-lo indispensável. Acredito que pertencer à pessoa amada deve ser mil vezes melhor do que acumular pertences, ter um celular transado, um sapato Chanel, um carro do ano, porque o amor traz mais felicidades do que as coisas.
Só não se deve amar para ser recompensado. É preciso lidar com os defeitos, manias e personalidade do outro, já dizia Manuel Bandeira: “os corpos se entendem. Mas as almas não”. Eis a graça de tudo, por ser exigente o amor precisa de sacrifícios diários. Assim, sábios ou sofríveis, são admiráveis os que lutam e sacrificam os seus dóceis corações espartanos por alguém, estes sabem entender que o amor não gosta de fins, mas sim dos a fim de afins.


Manuel Bandeira


terça-feira, 24 de maio de 2011

Ciúmes...

 
Com o tempo aprendi que o ciúme é um sentimento para proclamar de peito aberto, no instante mesmo de sua origem. Porque ao nascer, ele é realmente um sentimento cortês, deve ser logo oferecido ao outro como uma rosa. Senão, no instante seguinte ele se fecha em repolho, e dentro dele todo o mal fermenta. O ciúme é então a espécie mais introvertida das invejas, e mordendo-se todo, põe nos outros a culpa de sua feiura.'
 
 
Chico Buarque
 

 

segunda-feira, 23 de maio de 2011

O amor é...


Quem ama não é capaz de morrer por um amor,
É capaz de voltar a viver por um amor.
O amor é imprevisível. Não tem lógica.
Torna a presença imaginada ou torna a ausência real.
O amor cria sua própria necessidade; não é uma obrigação, é uma opção.
Não se é obrigado a amar, até é possível viver uma vida sem amor,
Mas não é possível viver o amor sem dar a vida em troca.
O amor é encostar para dormir e ficar mais acordado ainda.
O amor ilude, contraria, engana.
É instável e machuca, abre ferimentos graves e invisíveis,
Confunde um pássaro com fruto e prende as patas em um caule,
Corta as asas como se fossem gomos, esvazia a casa, arruína a fé,
Cria os piores fiascos, infantiliza os joelhos, devasta o certo e o errado,
Inventa lugares para se esconder, quebra as lentes dos óculos,
Expulsa amizades, prepara escândalos, esconjura atrasos.
Ainda assim é melhor do que o tédio.
Ninguém se agride pelo tédio, pois ele anula qualquer vontade.
O amor é como o rio, não deixa de barulhar represado de pedras.
Sofrer é pouco ao amor.
As lágrimas nunca serão fartas como a saliva.
A saliva é a lágrima da alegria.


Fabricio Carpinejar

domingo, 22 de maio de 2011

Fazer as coisas mais ou menos é ruim?


Vivemos em uma sociedade perfeccionista. Se você não é perfeccionista, você provavelmente desejaria ser ou está se sentindo culpado por não estar correndo atrás da perfeição o tempo todo. E por que você não se sentiria assim? Somos ensinados desde muito cedo a “sempre tentar o seu melhor”. Mas é possível tentar apenas o “suficiente”? Eu acho que sim.
Quando éramos jovens, nossos pais nos ensinaram que deveríamos fazer o nosso melhor em tudo que fazíamos e havia uma razão para isso. Como poderíamos saber no que somos bons? Algumas coisas precisam de um maior esforço que outras, e se não nos fizéssemos esforço naqueles mais complicadas, poderíamos nunca saber do que somos capazes.
Mas, em algum momento este modo de viver, e o que ele significa, passa a ser algo irrevogável, não havendo espaço para um esforço menor do que o “melhor” em tudo que fazemos sem sentir ondas de culpa pelo corpo.
Se você é perfeccionista, então você passa a vida tentando, como o rótulo sugere, fazer TUDO de maneira perfeita. É claro que é impossível ser o melhor em tudo e inevitavelmente algumas coisas, inclusive aquelas consideradas importantes, são sacrificadas. E, claro, sabendo que você não está fazendo tudo de maneira perfeita, a sua felicidade sofre também. Você não é sequer capaz de considerar fazer alguma coisa sem se dar por inteiro porque esta é a maneira pela qual você tem feito as coisas por toda a sua vida. Talvez até faça parte do seu código genético.
Mas, em algum momento é necessário reavaliar suas experiências. Você precisa entender que você não estará conquistando nada por acreditar que tudo tem que ser feito perfeitamente e exigir tudo o que você tem para oferecer, porque quando você faz isso, não sobra nada para dar a si mesmo.
Decida o que é importante para você e ponha a sua energia aí. Se ser uma ótima mãe é o que você mais valoriza, então não se preocupe tanto em ter uma casa perfeitamente arrumada. Claro, você tem responsabilidades que você não pode ignorar como refeições a serem preparadas, roupas a lavar e a limpeza da casa. Mas isso não significa que toda refeição deva ser uma refeição gourmet balanceada, as roupas perfeitamente passadas, dobradas e guardadas e um chão tão limpo que você possa comer em cima dele.
Claro que, se estas coisas SÃO realmente, genuinamente importantes para você e você não apenas pensa que elas DEVERIAM ser importantes, não há nada errado em devotar sua energia a isso.
Mas não perca o seu tempo gastando mais energia do que é necessário em coisas que você acha que deveria valorizar versus as coisas que você realmente valoriza.
O mesmo também é verdade para aqueles que não se consideram perfeccionistas, mas talvez sintam culpa quando não dão tudo de si em tudo que fazem. Talvez você se sinta preguiçoso ou desmotivado porque você não tem a casa perfeita, quando isso, na verdade, não é importante para você. Claro, que se você divide sua casa com outra pessoa, tem que haver algum tipo de acordo, mas o que você assumir como compromisso não deve ser carregado de culpa por não colocar todo o seu esforço em algo que você não valoriza.
Seguindo adiante, eu acredito que deveríamos abraçar um pouco mais a mentalidade do “mais ou menos”. Avalie no que você está colocando seus esforços e no que você se sente culpado por não estar e decida quais coisas valem a sua energia física e emocional. Para tais coisas, reserve o seu melhor. Para todo o resto, faça apenas o que você puder e varra o resto para debaixo do tapete. Provavelmente ninguém vai notar, e eventualmente você vai se sentir mais satisfeito e menos esgotado porque está utilizando sua energia com pessoas e em atividades que merecem o que você tem para oferecer. "

...

A grande questão é: O que é importante para você?
 
 
 
 

sábado, 21 de maio de 2011

11º Mês do Kauezinho...

Quando Deus te colocou na minha vida ele estava planejando a minha felicidade...
Obrigada por encher meus dias de amor, carinho e afeto!
Te amo além, muito além do que é explicável...
 











Não tem como não te amar de um jeito que não seja demais...
Você é tudo na minha vida!
*** Te amo ***


Wedding Tickers

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Que Deus me perdoe desta culpa...


Peço que Deus me perdoe por tudo que deixei de fazer, tudo que deixei de dizer, por tudo que deixei escapar aos dedos, por todo amor que senti e depois odiei, por tudo que deixei de concluir, pelos erros que cometi e me arrependi, pelos que ainda não tive discernimento para assumir... 
Mas, perdoe principalmente o quanto deixei de amar... 
Me tire esta culpa! 
Porque eu amei muito, demais na verdade e as recordações me dilaceraram...
Amei muito, muito mesmo, hoje o que sinto é apenas a saudade doída daquela "doida desvairada" e principalmente corajosa que eu era!    
AMOR hoje, na intesidade da palavra e do sentir, só o "Próprio" mesmo que deixo me consumir!


By Flor


Wedding Tickers


quinta-feira, 19 de maio de 2011

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Nós somos os culpados...

 
Acabamos por cultivar nosso próprio “mal tempo”, “mal querer”, “mal estado de saúde”... Somos os provocadores do próprio fogo que nos queima, da dor do desespero que nos assola.
Ficamos internamente com a vontade sentida, o grito calado, a saudade doída e o amor mal acabado... Nem todas as fases da lua, trocando e trocando fazem desaparecer as lembranças...
Mesmo soterrada de tristeza, ainda busco em meio há escombros a esperança da volta sem partida, do amor sem medida, da saudade sem ausência, das carícias na hora de carência, da loucura sem coerência, da nossa vontade maluca sem conseqüência...
De tudo o que tem sugado, tem levado nossa melhor parte... Lembranças são os vestígios da felicidade que um dia houve...
E no meio de toda essa tristeza desmedida... Enquanto uns esperneiam, xingam e brigam... Outros simplesmente choram e declamam!
 
By Flor

 

Wedding Tickers

terça-feira, 17 de maio de 2011

Pedaços do dia...


Nem sei contar quantas vezes, segui o rumo dos meus pensamentos em completa abstração. Desligada dos barulhos da casa...de bocas falantes...dos caprichos da natureza...
Divagações do agora, têm cheiro de malvas maceradas, gosto de beijo e enfeite de saudade.
Tateando, suavemente, as lembranças amarradas com fios de seda no meu peito, dou-me conta de que sem os sentidos, muitos, mas, muitos mais que os conhecidos, jamais seria capaz de perceber a beleza, compor um verso tampouco sentir e fazer amor.
Sou mulher.
Aqueço o congelado descaso pelo lado cinzento do mundo com raios emprestados do sol, a fogueira das minhas emoções e a paixão pela vida.
Abro a janela para os bocejos da aurora em ação de graças por mais um dia a ver, fico mais velha com a manhã apressada, cresço com a tarde madurando o dia, descanso das trabalheiras aconchegada na noite de bom dormir, ressuscitando anseios em sonhos da madrugada.
Privilégio abençoado - sonhar dormindo ou acordada -
Trocar realidade por fantasia, nem que seja para sossegar um pouco das ruins novas diárias.
Consertar histórias de final infeliz com os remendos das palavras.
Ah, se eu pudesse!
Pediria vez em tribunas, coretos, púlpitos, locomotivos, templos, praças e até horário na mídia apenas, para falar de amor.
Diria ao exigente para não cobrar com juros, ao insatisfeito não se idealizar no outro, ao intolerante paciência no pensar e agir, ao sozinho triste, que fizesse um exame de consciência e aos desvalidos de sentimentos menos ambição e muito mais poesia.
A escola doutrina para os textos escritos: começo, meio e fim.
Mas nos bancos da vida, textos, contos, romances, histórias nunca escrevem um final.
Só a morte é dona do epílogo de todos nós.
Já vi tanta historia no meio depois de contada com festa.
E muitos sinos e fogos cantando o próximo episódio após choro de desamor.
O enovelar do tempo
Dia-a-dia não tem ponto final.
Por isso é divino desfrutar cada pedaço de um.


Vilma Duarte

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Respiro para não chorar!


A incerteza das coisas me traz vez o mundo, torto. Meu medo me faz recuar... A chuva lava meus medos. Ficando mais suportável! Sou real da forma que me invento. Não há exagero! O oficio de viver é penoso, porém continuarei até o fim. A atmosfera mostra-me lágrimas que não compreendo. A calma aparente disfarça as minhas inquietações. Quem sou eu? Não sei definir... Não traço limites para a caminhada. A angústia maltrata-me. Minha alma se parte, não atrevo a embrulhá-los... Respiro para não chorar.


Rosa Cruz


domingo, 15 de maio de 2011

No hoje eu te dispenso...


 
A saudade sempre me empurra para as minhas lembranças...
Cheiro de perfume no ar e exalando amor no respirar...
Assim que queria permanecer o resto dos dias...
Viver dos prazeres e das alegrias do nosso começo...
Porque no hoje,
No hoje meu bem eu te dispenso!
 
 
By Flor
 
 

Wedding Tickers

sábado, 14 de maio de 2011

Solidão Necessária...


Tem momentos que parece que um anjo nos tocou. Sentimos suas asas roçarem nosso coração e mente. Nesses momentos precisamos de recolhimento e paz, necessitamos ficar a sós para deixar fluir o doce mel que derrama do coração. É o momento da descoberta da paixão, é quando sentimos que queremos outra pessoa, é quando sentimos no ar o clima de enlevo se fazendo presente. Nessa viagem interior, qualquer coisa externa nos atrapalha, como se estivéssemos ouvindo uma música que nos encanta e alguém trocasse o disco ou quando estamos lendo um livro e no bom da história alguém nos chamasse para fazer um serviço chato, voltar à realidade incomoda. Nenhum papo com terceiros nos interessa: não ouvimos e, se temos que prestar atenção, parece que alguém está invadindo nosso território. Do outro, queremos lembrar cada gesto, cada palavra, cada ação, cada olhar, cada sorriso e tentamos dar um segundo sentido a tudo isso. O véu da paixão encobre as ocultas verdades que só aparecem quando estamos sintonizados no coração do outro. Quando rola um clima de entendimento coração a coração, nossas auras brilham na mesma luz, nosso peito parece que transborda e o simples lembrar-se de um sutil toque arrepia a pele, eletriza corpo e mente. Ah! Doce estado da paixão! Sonhar de olhos abertos, reacender a imagem que parece escapar, ouvir novamente a voz chamando nosso nome é a mais doce melodia, lembrar aquele olhar que mergulhou no nosso dando a sensação de banho de água morna em nossa alma. Desarmamos nossas defesas e ficamos vulneráveis. Somos viajantes de um mundo imaginário criado por ilusões que se alojam sem pedir licença, tomam conta e nos fazem prisioneiros. É um filme repetido centenas de vezes, com vários replays em várias cenas e... Que se espera, com final feliz...


Isar Silveira


Êeee Saudade e quem nunca sentiu saudade, talvez de um tempo que não volte mais ou mesmo de uma nova sensação de estar apaixonada arrancando suspiros na madrugada...

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Enxergar...


Só posso dizer que do meu jeito consegui enxergar diante da minha cegueira...
Tenho me mantido mais calma e serena, tentando encontrar a felicidade escondida aqui dentro (ainda encontro, se Deus quiser!)...
Depois de tantas e tantas...
A vida ensina a mudar de comportamento quando os olhos se abrem para enxergar!


By Flor



Wedding Tickers

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Tatuagem

 
E tatuado está a rasura daquilo que foi perfeito!
Mas como toda rasura, só dura o bom tempo da leitura, depois precisa de correções...
No meu coração que um dia sangrou, hoje tem uma tatuagem mal apagada...
 
By Flor


Wedding Tickers

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Insanidade...


Ninguém conhece a dimensão da minha loucura. Minha insanidade mental passa por um processo patológico. Tudo nesta vida está relacionada com a insensatez. É o principal causador da minha insônia, oscilando como as ondas do mar! Arranhaste o meu pobre coração e agora me vejo dependente de tudo. Meu relacionamento contigo está naufragando, mas, da proa ainda se vê a fumaça... Portanto, não é nenhum Titanic. Queria trucidar todas estas loucuras!

O nosso querer ainda não funciona, como uma máquina!

Será que te importas comigo? Será que eu estou agonizando, por nada? Ou é talvez, a solidão que me deixa assim? Sou exagerada em tudo!Quero um amor profundo... Quero sentir-me amada! O tempo foi passando e a solidão foi se chegando e se hospedou em mim. De uma coisa não desisto... Ter amigos. O que não me acostumo é com a situação. Estou a andar sozinha! Sem amor, sem carinho e mais um dia que se acaba, com as mesmas aflições.

O amor é invisível... Não se reflete no espelho!


Rosa Cruz

terça-feira, 10 de maio de 2011

Todos os dias quando acordo não tenho o tempo que passou, mas tenho muito tempo...


Gosto de acordar, abrir as janelas do meu quarto, respirar fundo e pensar que é mais um dia e mais uma chance. De poder calcular que de hoje a um mês são mais trinta novas chances, e trinta novas chances são muitas chances, são trinta novas possibilidades de sorte, de conquistas, tentativas, melhoras, idéias, soluções. E pensando assim, desprezo qualquer tipo de desperdício. O dia foi feito pra ser aproveitado, pra ser consumido da melhor maneira possível.
Estudos científicos garantem que oito horas de sono é suficiente para o bom desempenho do corpo e até ajuda a emagrecer. Então nos sobram ainda dezesseis horas despertas. Delas, em média, subtraímos mais oito horas de trabalho, as quais - considero sim, um tempo bem desfrutado, porque executamos uma função que será útil pra sociedade; é nele que alcançamos superação, e é através do trabalho que temos a sensação de dever cumprido e podemos a partir disso viver o lado prático de pagarmos nossas contas no final do mês, o que significa em outras palavras, nos suprirmos de algumas necessidades urgentes ou não.
Embora eu saiba que nem todo mundo se sente realizado em seu trabalho, sei que muitos encontram a opção de escolher um hobby ou sei lá, um projeto alternativo qualquer, no qual se identifica e vive o sentimento da concretização pessoal, ainda que não remunerada. Há sempre um jeito de aproveitarmos nossas horas pra ser feliz. Essa é a recompensa. Somente não funciona pra quem fica parado e se lamentando. Existe uma entrega a comodidade que é bem perigosa, e que pode vir a estragar nosso precioso tempo.
É bom pensar que nos restam oito horas livres durante cinco dias da semana, mais o abençoado/primoroso/salve salve final de semana; e a forma como dirigimos essas horas é o segredo de tudo. O pãozinho fresco da manhã pra acompanhar o café, a companhia do almoço, as conversas pra passar o tempo, a diversão junto aos amigos. O romance, a família, os planos; o que assistimos; o que ouvimos; o que lemos; o que sonhamos - ou simplesmente o nada, aquele momento de desocupação total que a gente se dá pra perder a comunicação com tudo, e que é indispensável pra cuca. Somos nós que conduzimos esse tempo, e já sabemos que ele não para, se não conseguirmos ser firmes na direção, será como um carro desgovernado, a qualquer momento vai trombar.
Não se obrigue a dar o melhor de si não, sem essa de pensamentos reacionários; faça como quiser fazer - do jeito que souber fazer. Apenas faça! Porque você tem no mínimo dezesseis horas de oportunidades vigentes, não as arruíne. O barco só afunda se a gente para de remar, as possíveis ajudas só serão válidas se voluntárias, simplesmente por acreditarem que vale a pena manter o barco navegando. Nossas gargalhadas ou nossas lágrimas são de inteira responsabilidade nossa, e jamais encargo de ninguém.
Por isso, me deito pra dormir convencida de que todo e qualquer acontecimento do meu dia, meus atrasos, insônias, medos, saudades e perdas, o habitual ou não, por mais corriqueiro que me pareça em certos momentos, é mais um dia, uma nova chance de pelo menos errar diferente de ontem. Oportuno pra que eu me apure, - me afine. Gosto de acreditar que posso dá uma mãozinha pro destino e que esse sentimento gigante só me é possível por ter a certeza de que nenhum segundo meu foi jogado fora. 'Não tenho tempo a perder...’


C. Farias

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Coração Aberto...


Às vezes, na estranha tentativa de nos defendermos da suposta visita da dor, soltamos os cães. Apagamos as luzes. Fechamos as cortinas. Trancamos as portas com chaves, cadeados e medos. Ficamos quietinhos, poucos movimentos, nesse lugar escuro e pouco arejado, pra vida não desconfiar que estamos em casa. A encrenca é que, ao nos protegermos tanto da possibilidade da dor, acabamos nos protegendo também da possibilidade de lindas alegrias. Impossível saber o que a vida pode nos trazer a qualquer instante, não há como adivinhar se fugirmos do contato com ela, se não abrirmos a porta. Não há como adivinhar e, se é isso que nos assusta tanto, é isso também que nos dá esperança.
É maravilhoso quando conseguimos soltar um pouco o nosso medo e passamos a desfrutar a preciosa oportunidade de viver com o coração aberto, capaz de sentir a textura de cada experiência, no tempo de cada uma. Sem estarmos enclausurados em nós mesmos, é certo que aumentamos as chances de sentir um monte de coisas, agradáveis ou não, mas o melhor de tudo, é que aumentamos as chances de sentir que estamos vivos. Podemos demorar bastante para perceber o óbvio: coração fechado já é dor, por natureza, e não garante nada, além de aperto e emoções mofadas. Como bem disse Virginia Woolf, “não se pode ter paz evitando a vida.”


Ana Jácomo


domingo, 8 de maio de 2011

Feliz Dia das Mães!!

 


Mãe obrigada por tudo, hoje sei da sua abdicação e da sua "luta" para que eu fosse alguém de bem...
Te amo mais do que as palavras podem explicar!!




Wedding Tickers

sábado, 7 de maio de 2011

É tanta falta...


Vamos no atrasar. Por causa da chuva, por causa da preguiça. Sem culpa. Tem um mundo todo de gente lá fora que pouco importa. O carro bem poderia ter quebrado, ninguém vai saber se a gente não contar. Vamos nos atrasar por querer mais de nós dois.
Fica mais um pouco e me deixa fazer parte da sua história. Quero o seu dia-a-dia na minha rotina e seu colo pra dormir. Quero nossos assuntos em pauta e nossa falta fazendo companhia. Eu quero mais que solidão a dois e inseguranças tristes para preencher cotidiano. Mais que sorrisos inconvicentes e quase amizades convenientes. Eu quero menos. Menos pensamento, menos dúvida. Um equilíbrio e você de brinde.
Vamos nos atrasar, deixar o mundo acontecer do outro lado da porta enquanto a gente discute desenhos animados na cozinha e faz comida para o jantar. Esqueça a música alta, esqueça as pessoas e seus cumprimentos tediosos, é sábado, deixa pra lá. Tudo o que a gente precisa está aqui. Tem eu, tem você, tem uma madrugada inteira de nós dois. E isso é tudo.


Verônica H.


sexta-feira, 6 de maio de 2011

Quem dera...


Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último. O último para dizer “obrigada”. O último para dizer “me desculpa”. O último para dizer “eu te amo”. O último para abraçar cada pessoa amada com aquele abraço bom que faz um coração cantar para o outro. O último para apreciar a vida com o entusiasmo que não guarda nenhuma delícia nem ternura pra depois. O último para fazer as pazes. Para desfazer enganos. Para saborear com calma, como se me servissem um banquete, a preciosidade genuína que cada único respiro humano representa.

Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último. O último pra esquecer tolices. O último para ignorar o que, no fim das contas, não tem a menor importância. O último para rir até o coração dançar. O último para chorar toda dor que não transbordou e virou nódoa no tecido da vida. O último para deixar o coração aprontar todas as artes que quiser. O último para ser útil em toda circunstância que me for possível. O último para não deixar o tempo escoar inutilmente entre os dedos das horas.

Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último. O último para me maravilhar diante de cada expressão da natureza com o olhar demorado de quem olha pela primeira vez. O último para ouvir aquela música que acende sóis por toda a extensão da minha alma. O último para ler, de novo, o poema que diz tanto de mim que eu me sinto caber nos olhos do poeta que o escreveu. O último para desembaraçar os fios emaranhados dos medos que me acompanham.

Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último. Eu não perderia uma chance para me presentear com os agrados que me nutrem. Eu criaria mais oportunidades para dizer o meu amor. Para expressar a minha admiração. Para destacar para cada pessoa a beleza singular que ela tem. Para compartilhar. Eu não adiaria delicadezas. Não pouparia compreensão. Não desperdiçaria energia com perigos imaginários e com uma série de bobagens que só me afastam da vida.

Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último, porque pode ser.
 
 
Ana Jácomo
 

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Amizade é igual namoro...


As relações de amizade se assemelham ao namoro...
Na primeira fase nos deparamos com a paixão, aquele grude, a cumplicidade, os segredos divididos, a insuportável saudade de algumas horas que seja, o companheirismo, o afeto, a vontade de estar junto a todo tempo e por qualquer motivo, as risadas, as fofocas, as dores sentidas, o choro compartilhado... Sem segundas intenções, sem nada que não fosse o prazer da companhia...
Na paixão muitas vezes até deixamos de escanteio os amigos que já estão na fase do amor (não os desmerecendo e nem deixando de gostar mais ou menos deles), isso se dá pelo entusiasmo da novidade e da aventura de uma nova experiência amiga...
Nessa fase somos conselheiros, ouvintes, defensores, parceiros e inseparáveis...
Diferente da fase de amor que é mais branda, mais tranquila, talvez não tão frequente de companhia como a fase da paixão e muitos não sabem lidar com a "migração" de uma fase para a outra...
A pessoa se torna tão especial e essencial na sua vida que quando a fase muda por algum motivo (casamento, distância, família, entre outros), o cérebro parece que não entende, não absorve aquela informação de que algo mudou... Dentro do coração as coisas continuam intactas e o desejo de bem querer só aumenta, mas, o fator agravante da "separação" mesmo que pequena causa estragos avassaladores muitas vezes... E começam as brigas e os desentendimentos, bem típico de namoro esgotado, ciumento ou que está chegando ao fim...
E daí se dá o dissabor do coleguismo ou da inimizade...
Acontece que para algumas pessoas só o que importa de fato é a fase da paixão...
Quando entramos em uma fase mais branda como a do amor, parece que as pessoas se sentem "menos", se sentem "inferiores", não ficando nem felizes com a nossa evolução (seja amorosa, seja financeira)... O egoísmo predomina e a possessividade de manter aquilo que nos unia no começo vem a tona como um furacão, para o outro nada mais importa que não seja aquilo que você proporcionava antes. Se algo mudou, se você mudou, se as coisas mudaram, você que se vire para voltar aquilo que tinham...
Oras poxa! Se tudo muda o tempo todo no mundo, porque que nós não haveríamos de mudar?
Hoje tenho a convicção de que a fase do amor não chegou para muitas amizades e com dor no coração sinto que foi uma pena ter cruzado toda parte da paixão, me manter intacta por diversas vezes e depois acabar entrando na segunda fase sozinha...
E eu acreditava que seria válido e levado em consideração toda a primeira fase que dividimos, todas as alegrias, todas as tristezas, todas as dores, todas as confissões, toda a confiança e todo sentimento como base sólida na construção do nosso alicerce...
Sabe que, hoje, ao ver alguns tão desenteressados, distantes, ausentes, despreocupados, superficiais e sem quase nenhum sentimento, quem dirá o amor, é que pude perceber que chegamos realmente ao ponto final. Com profunda dor sinto muito por não ter "dado certo" entre nós e não ter sido para sempre...
Acho que confiei demais pensando que estava construindo em lugar sólido, onde na verdade, ocultamente não percebi que era areia movediça...
De qualquer maneira valeu pela primeira fase, pelo aprendizado, pelo carinho, pela atenção, pela paixão que nos uniu um dia, não posso ficar só me lamentando, afinal a vida segue e outras paixões me esperam...
Deixo registrado aqui meu carinho por aqueles que não conseguiram comigo ultrapassar os limites da paixão, mas, não os culpo, o amor verdadeiro mesmo só os mais evoluidos conseguem sentir e entender!
E de todas as paixões vividas que me fizeram relembrar maravilhas agora, coloco aqui para finalizar um "ponto", porque hoje, de tudo o que tivemos o que restou além das boas lembranças foi este "conto".


By Flor

Não é por acaso...


E eu boto muita fé nessa elevação que há nos encontros, eu sinto bem profunda a troca, assim como se estivéssemos ligados ao outro por uma ponte invisível, feita de olhares, acenos, palavras. Às vezes até parece nem ter existido, mas o terremoto causado pelo magnetismo entre as pessoas, sempre dá um jeito de alterar as rotas – de não passar despercebido quando claramente propicia sentimentos positivos, ainda que tenha havido dor. Pessoas não se cruzam por acaso não, tem um ateie de destino no meio de tudo. Não sei exatamente porque acredito nisso, mas não me lembro na vida, por algum momento, não ter acreditado. Nunca fui adepta das coincidências. Encontros casuais? Acho que tudo é bem mais que isso. Sei que de algumas pessoas guardamos mágoas, mas percebo que há sempre uma aresta dentro do coração, um lugar protegido, onde se conserva um carinho. Um lugar onde há uma falta de raiva, uma ausência insistente de indiferença. Um lugar que congela um gesto, uma frase, qualquer coisa. É um lugar onde a gente gosta por gostar, lembra por lembrar, despretensiosamente, sem nenhuma necessidade de reciprocidade. Se me feriram com palavras ou atitudes, é porque em muitos casos mereci realmente. Também se não mereci, consegui agregar a algum tipo de experiência. Algumas injustiças também são muito adequadas pra retidão vingar. E é isso que se põe natural e suficiente pra mim, mesmo que meu passar pela vida das pessoas em algumas vezes tenha sido tortuoso, ainda assim acredito muito ter sido válido. Fantasio mesmo sem tirar os pés do chão, o quanto foi bom sob algum aspecto, é algo muitas vezes bem pessoal, o quanto alguém influi ou influiu em nossa trajetória. Algumas miudezas são muito significativas, coisas que algumas pessoas pensam e fazem podem ser tão diferentes e tão únicas, são manias, crenças, opiniões, que é especial e ninguém mais possui. Isso acaba influenciando de alguma maneira na nossa forma de ver as coisas. E é assim que adoraria ser lembrada ou esquecida também, por qualquer particularidade que fosse, mas que de alguma forma tenha adocicado algumas memórias. E se eu estou aqui agora escrevendo isso, alfinetando o destino, não é por acaso.


C. Farias


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