Tem momentos que parece que um anjo nos tocou. Sentimos suas asas roçarem nosso coração e mente. Nesses momentos precisamos de recolhimento e paz, necessitamos ficar a sós para deixar fluir o doce mel que derrama do coração. É o momento da descoberta da paixão, é quando sentimos que queremos outra pessoa, é quando sentimos no ar o clima de enlevo se fazendo presente. Nessa viagem interior, qualquer coisa externa nos atrapalha, como se estivéssemos ouvindo uma música que nos encanta e alguém trocasse o disco ou quando estamos lendo um livro e no bom da história alguém nos chamasse para fazer um serviço chato, voltar à realidade incomoda. Nenhum papo com terceiros nos interessa: não ouvimos e, se temos que prestar atenção, parece que alguém está invadindo nosso território. Do outro, queremos lembrar cada gesto, cada palavra, cada ação, cada olhar, cada sorriso e tentamos dar um segundo sentido a tudo isso. O véu da paixão encobre as ocultas verdades que só aparecem quando estamos sintonizados no coração do outro. Quando rola um clima de entendimento coração a coração, nossas auras brilham na mesma luz, nosso peito parece que transborda e o simples lembrar-se de um sutil toque arrepia a pele, eletriza corpo e mente. Ah! Doce estado da paixão! Sonhar de olhos abertos, reacender a imagem que parece escapar, ouvir novamente a voz chamando nosso nome é a mais doce melodia, lembrar aquele olhar que mergulhou no nosso dando a sensação de banho de água morna em nossa alma. Desarmamos nossas defesas e ficamos vulneráveis. Somos viajantes de um mundo imaginário criado por ilusões que se alojam sem pedir licença, tomam conta e nos fazem prisioneiros. É um filme repetido centenas de vezes, com vários replays em várias cenas e... Que se espera, com final feliz...
Isar Silveira
Êeee Saudade e quem nunca sentiu saudade, talvez de um tempo que não volte mais ou mesmo de uma nova sensação de estar apaixonada arrancando suspiros na madrugada...
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