terça-feira, 10 de maio de 2011

Todos os dias quando acordo não tenho o tempo que passou, mas tenho muito tempo...


Gosto de acordar, abrir as janelas do meu quarto, respirar fundo e pensar que é mais um dia e mais uma chance. De poder calcular que de hoje a um mês são mais trinta novas chances, e trinta novas chances são muitas chances, são trinta novas possibilidades de sorte, de conquistas, tentativas, melhoras, idéias, soluções. E pensando assim, desprezo qualquer tipo de desperdício. O dia foi feito pra ser aproveitado, pra ser consumido da melhor maneira possível.
Estudos científicos garantem que oito horas de sono é suficiente para o bom desempenho do corpo e até ajuda a emagrecer. Então nos sobram ainda dezesseis horas despertas. Delas, em média, subtraímos mais oito horas de trabalho, as quais - considero sim, um tempo bem desfrutado, porque executamos uma função que será útil pra sociedade; é nele que alcançamos superação, e é através do trabalho que temos a sensação de dever cumprido e podemos a partir disso viver o lado prático de pagarmos nossas contas no final do mês, o que significa em outras palavras, nos suprirmos de algumas necessidades urgentes ou não.
Embora eu saiba que nem todo mundo se sente realizado em seu trabalho, sei que muitos encontram a opção de escolher um hobby ou sei lá, um projeto alternativo qualquer, no qual se identifica e vive o sentimento da concretização pessoal, ainda que não remunerada. Há sempre um jeito de aproveitarmos nossas horas pra ser feliz. Essa é a recompensa. Somente não funciona pra quem fica parado e se lamentando. Existe uma entrega a comodidade que é bem perigosa, e que pode vir a estragar nosso precioso tempo.
É bom pensar que nos restam oito horas livres durante cinco dias da semana, mais o abençoado/primoroso/salve salve final de semana; e a forma como dirigimos essas horas é o segredo de tudo. O pãozinho fresco da manhã pra acompanhar o café, a companhia do almoço, as conversas pra passar o tempo, a diversão junto aos amigos. O romance, a família, os planos; o que assistimos; o que ouvimos; o que lemos; o que sonhamos - ou simplesmente o nada, aquele momento de desocupação total que a gente se dá pra perder a comunicação com tudo, e que é indispensável pra cuca. Somos nós que conduzimos esse tempo, e já sabemos que ele não para, se não conseguirmos ser firmes na direção, será como um carro desgovernado, a qualquer momento vai trombar.
Não se obrigue a dar o melhor de si não, sem essa de pensamentos reacionários; faça como quiser fazer - do jeito que souber fazer. Apenas faça! Porque você tem no mínimo dezesseis horas de oportunidades vigentes, não as arruíne. O barco só afunda se a gente para de remar, as possíveis ajudas só serão válidas se voluntárias, simplesmente por acreditarem que vale a pena manter o barco navegando. Nossas gargalhadas ou nossas lágrimas são de inteira responsabilidade nossa, e jamais encargo de ninguém.
Por isso, me deito pra dormir convencida de que todo e qualquer acontecimento do meu dia, meus atrasos, insônias, medos, saudades e perdas, o habitual ou não, por mais corriqueiro que me pareça em certos momentos, é mais um dia, uma nova chance de pelo menos errar diferente de ontem. Oportuno pra que eu me apure, - me afine. Gosto de acreditar que posso dá uma mãozinha pro destino e que esse sentimento gigante só me é possível por ter a certeza de que nenhum segundo meu foi jogado fora. 'Não tenho tempo a perder...’


C. Farias

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