Há palavras em nós vivas e mortas... Inertes e pulsantes... Palavras que brotam ou minguam... Palavras que vão e que ficam... Palavras que traduzem intrinsecamente os encantos de uma alma nua,
segunda-feira, 23 de maio de 2011
O amor é...
Quem ama não é capaz de morrer por um amor,
É capaz de voltar a viver por um amor.
O amor é imprevisível. Não tem lógica.
Torna a presença imaginada ou torna a ausência real.
O amor cria sua própria necessidade; não é uma obrigação, é uma opção.
Não se é obrigado a amar, até é possível viver uma vida sem amor,
Mas não é possível viver o amor sem dar a vida em troca.
O amor é encostar para dormir e ficar mais acordado ainda.
O amor ilude, contraria, engana.
É instável e machuca, abre ferimentos graves e invisíveis,
Confunde um pássaro com fruto e prende as patas em um caule,
Corta as asas como se fossem gomos, esvazia a casa, arruína a fé,
Cria os piores fiascos, infantiliza os joelhos, devasta o certo e o errado,
Inventa lugares para se esconder, quebra as lentes dos óculos,
Expulsa amizades, prepara escândalos, esconjura atrasos.
Ainda assim é melhor do que o tédio.
Ninguém se agride pelo tédio, pois ele anula qualquer vontade.
O amor é como o rio, não deixa de barulhar represado de pedras.
Sofrer é pouco ao amor.
As lágrimas nunca serão fartas como a saliva.
A saliva é a lágrima da alegria.
Fabricio Carpinejar
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