segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Pra não doer...


Complicado e estranho demais não saber. Não saber onde estão fitados seus olhos, onde estão entrelaçados seus abraços. Qual acorde modula aquela frequência eu-você: nós. E onde ainda aquieta seu corpo, seus suspiros. Gotas de suor exaladas na pele, nos poros na sua alma-em-mim. Arquiteto sonhos e futuros e me alimento, em silêncio, desse instante de um tão perene e ligeiro sim.
Complicado e estranho demais não entender. Não entender em que parte dos teus olhos estão os meus horizontes, onde estão suas esperas. Qual tempo pousa aquela tua presença no meu agora, aquela frequência eu-você: o mundo. Penduro esse laço de poesia nos dedos enquanto andamos com pequenos passos de encontro, enquanto o apesar não pesa tanto, enquanto o minuto perdura doce.
E penso, quando eu – quem sabe? – estiver pronta e atenta. Quando o coração decifrar a distância que existe entre a coragem e a ausência, o nosso perto estará enfim junto e dentro? Por conta disso ando pisando em plumas no ar, desviando minha atenção em outras coisas, pra não ficar pensando, pra não sofrer por antecipação, pra não doer.
Mas o dia sempre termina nele.


Fernanda Fraga & Priscila Rôde


2 comentários:

  1. Pensei q ja tinha secado, que não havia mais lágrimas para chorar.... mas estava enganada,,, depois q li ''Pra não doer''...... percebi q estava enganada......... Lindo!!!!

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