segunda-feira, 10 de março de 2008

Legião de dor...



O sol tocando o horizonte, vem trazendo em mim coisas que há muito tempo não sentia, é uma nostálgica esperar o que tenho por entre a fraca respiração que me condena, só de pensar já não quero tanto mais lembrar, da solidão que existe aqui, da duvida em saber onde você está, além de dentro de mim.
Quando dou as costas pra essas lembranças, minha sombra na areia não me faz esquecer que o mesmo sol ainda me olha por trás, é inútil esperar que ele se vá, me entregar é a soma de todas as fraquezas, pois a vida continua e já que não te tenho aqui comigo, nada posso fazer, a não ser cuidar de mim, ser feliz ao menos, planejar de novo e dessa vez não ter a inocência de querer apenas ficar bem, bem contigo, comigo e com tudo.
Eu chuto a areia e o vento frio cheio de sal quer me queimar, arrepiar os fios desse martírio. Ainda caminho sentindo o que restou das ondas nos meus pés, deixando que ao voltar elas levem o que restou de mim no chão, cada caco, pedaço, se desfazendo por entre os grãos e a espuma daquela água que também nos molhou quando estávamos parados ali no canto, nosso canto, aquela pedra, o que me resta, sentir sozinha tudo aquilo que eu não soube conquistar. Será que eu sou capaz de me livrar da insegurança, libertar-me de querer demais, com teu amor só queria que eu sentisse dor, veja bem no que me torno, olhe bem quem eu sou.
Quero rasgar-me e ver o sangue manchar toda a pureza, que existe nos teus olhos, como na musica revoltada que me descreve agora, quero tocar os teus cabelos, sem que você perceba, sentir a morte mais presente, sem que se quer esteja. Quero olhar-te saindo a porta, sem que eu ordene, ou sem que eu erre, quero ouvir o telefone tocar e não esperar que seja pra mim, mais uma vez, eu sei, quero estar aqui quieta enquanto minha alma grita aprisionada pelo que seca a minha voz, pelo que mata a esperança. Deitar-me em meus lençóis sem te sentir, deixar a janela aberta e ainda não te ouvir chegar, como toda a brisa dessas noites eternas e vazias que me fazem companhia.
E vou no fim acreditar por assim dizer, que sempre existe um caminho, uma luz, ainda que não me convença de mim mesmo, vou esperar que a tristeza passe, que a tarde dure menos, pra que quando a noite cair sobre mim, minhas lágrimas já não sejam contáveis nessa hora, então terei a chance de contar estrelas, fingindo estar bem, vendo a leveza do que me rodeia em busca do sono, porque amanhã será diferente, será outro dia e isso vai passar como tudo por nós passou, como tudo que me torna o que sou, sendo como o nada, só mais uma mulher com seu sorriso sem graça, sem entender o que sente, que só daria o necessário, e que busca todo aquele que se aquieta e diz a vida, “não me dê atenção, mas obrigada por pensar em mim”.
Então na madrugada enquanto chove, eu vou ligar meu velho rádio sem freqüência e me perder nas estações, sejam elas quantas forem, no entanto quando o cansaço me propuser um acordo e eu meramente fraca, aceitar, ainda saberei ouvir o que tocar, aquelas palavras melancólicas e frágeis que cantarei junto, enquanto choro.

“Quando tudo está perdido, sempre existe uma luz, quando tudo está perdido, sempre existe um caminho, quando tudo está perdido eu me sinto tão sozinha, quando tudo está perdido, não quero mais ser quem eu sou, mas não me diga isso, não me de atenção e obrigada por pensar em mim”

Contudo quero pouco, só sonhar, sorrir e te ver como antes, te ver voar.

Joeder Blanca



Texto que combina demais comigo...


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