...Se o meu corpo amanhecer um pouco mais raso, eu não vou a lugar algum — não me espere, não me escreva. Volto quando der, quando o sorriso ficar maior. Lembro porque a memória precisa de retornos. Esqueço porque os lábios pedem um descanso. Oscilo porque tenho uma onda imensa revirando o mundo aqui dentro. Cometerei ecos para que me escutes, repetidas vezes, quando estiver faminto à beira de um abismo. Soltarei aquele abraço para que sintas a minha felicidade íngreme e o meu amor pelas coisas mais tortas. Mobilizarei a ausência e apagarei teu descaso. Serei a tua falta para que esqueças a tempestade mais antiga. Ausento-me enquanto sinto e sei que essa ligação não me levará a nada. Fico suficiente. Libertei inúmeros afagos no quarto. Se não me deixei ainda é porque não sei como fazer isso.
De mim, espere apenas o que sou. O que estou vai passar. Já está passando...
Priscila Rodê
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