quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Estátua...



Hoje a saudade em mim se instalou (fortemente) e uma presença não-convidada quebrou o silêncio do meu eu e do meu quarto. Sentei-me na cama, bêbada de sono e de tédio, ainda estava escuro, dentro e fora de mim, e pela primeira vez a luz do abajur não me serviu de guia. Toquei os meus cabelos, como se quem os tocasse fosse quem ali eu queria tanto que estivesse. O toque não me era mais familiar, como antes, mesmo sem nunca tendo sentido nenhum deles, assim. Que coisa totalmente sem sentido! Fiquei horas ali estática, petrificada, congelada naquela posição que sei que ele diria ser perfeita para pintar ou esculpir, vertendo em arte: nua, peitos pequenos e duríssimos, bumbum em formato de coração, ereta, com um falso pudor. Imaginei que de longe alguém me acompanhava, esperando que a estátua se movesse e mostrasse que estava viva. Viva realmente estou, embora algo dentro de mim esteja meio que secando, perigosamente. Seca voluntária, pois quando chovo sinto que cada gota envia para um certo moço (traiçoeiro) um recado. Nessas horas o jeito é ficar quieta no meu canto, sem o canto de sereia que deseja embriagar... Emudecer e paralisar é a única solução, ao menos por enquanto!


By Flor

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