quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

A Cor da Saudade...



Hoje amanheci carente. Desejava, neste instante, a brandura do olhar de alguém. Poderia ser, até, do teu! Que penetrasse bem dentro dos meus olhos e adivinhasse qual a cor da minha saudade! Ela já possuiu várias cores; agora ela é cinza! Quando tu olhavas para mim, os teus olhos dançavam tentando adivinhar o que eu estava a pensar! E neste longo túnel das lembranças, entreguei-me por completo esta manhã, para pensar em ti.
Meus olhos estão diferentes, pois não existem neles o brilho que tinham. Ganho rasgados elogios pela minha simplicidade. Mas isto se deve ao empenho da minha solidão.
Procuro um sorriso para em meus olhos, voltarem o brilho de antes e esta saudade sem cor afoga-se de tristeza, queima meus sonhos, ilude meus sentimentos. Tarde, muito tarde para recomeços, minha visão real era quando os teus olhos moravam nos meus. Hoje, quem mora é a cor cinza da saudade.
Os olhos inundados escorrem pela face ainda quente. Primeiro leio, depois retenho com a máxima atenção o conteúdo. A mensagem me chega doce, e sem modéstia, sábia! Aqui, abandono a minha desvairada carência. Tudo me encanta nesta face que, há poucos instantes, rolavam lágrimas! O rosto agora transmite a palidez dos profetas. E na minha extrema interioridade do sentir, brota a inocência da adolescência!
Da ferida que surgiu em minha alma, pensei que jamais iria cicatrizar-se! Tudo parecia rebentar numa travessia impossível. Entre a essência do ser e o prazer da carne, é uma angústia indizível que me aperta o coração. Culpo-me por não tê-lo junto a mim. Careço buscar na fonte dos poetas, mais inspiração!
Desta maneira serei capaz de redimir meus fracassos e minhas derrotas.


By Flor

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