sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Sigo...


Sigo rompendo, rasgando, desconstruo, restauro, conserto. Nasci para gerar budas, gerânios e processos de cura. 
Tem dia que acordo tão ocupada em me desorientar para nunca precisar de bússolas, relógios, mapas ou qualquer coisa que envelhe
ça meus sonhos. Minha intuição me guia.
(Rasguei a civilização nos dentes pra restaurar os meus instintos).
Não planto flores em cascalho e nem rego sementes invalidadas pelo tempo. Prefiro reinventar a fertilidade cobrindo com meu pensamento-azul o que antes estava triste, murcho, desagasalhado.
(Lamento, culpa e arrependimento é sangue bordado no vento).
Faço um móbile de folhas secas e penduro na janela só para lembrar o que a morte faz com as coisas que já foram vivas, porque assim, encontro beleza em tudo.
Eu aprendi com a chuva a ressuscitar o que estava oco.
Mau-humor, dor de dentro e desânimo, eu resolvo quando há-braços.

Marla de Queiroz

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