"But you never said it would be easy / you only said i'd never go alone..." [Mas você nunca disse que seria fácil / você apenas disse que eu jamais iria sozinha...]
Então sentiu vontade de escrever uma oração. Uma oração que externasse sua crença, sua fé, sua força. Uma oração que externasse a confiança que possuía na palavra. Não aquela do livro, mas aquela que vinha do alto e que ela conseguia escutar toda vez que orava em silêncio. Então sentiu vontade de escrever uma oração. Mas teve medo. Medo de ouvir a voz que vinha de dentro. Medo de hesitar, de arrepender-se, de querer voltar atrás sem poder. Queria agradecer, mas só sentia culpa. Sabia que era abençoada, mas não se sentia merecedora de tanta benção. Chorava de um sentimento que a invadia e que não sabia qual era.
Deus estava com ela, naquele quarto escuro, em meio a pensamentos confusos, e ela sabia que Ele não se importava com toda a bagunça dela. Ela se sentia amada e entendida. E perdoada e amparada. Eram muitas as vozes, mas ela não estava sozinha. Então sentiu vontade de escrever uma oração. Mas teve medo. E quis agradecer a confusão e a companhia. Quis agradecer toda a dádiva, a imperfeição, toda a compreensão. Sabia que no universo, por mais onipotência que o criador tivesse também os seus caminhos seriam aqui e ali atravessados pelo livre-arbítrio tanto seu quanto de outras pessoas. Mas sentia fé. Agradeceu a força da decisão. Orou. Que ela não fosse atravessada pela culpa.
Senhor Deus, ...
(Sentiu silêncios. Chorou profundamente e agradeceu.)
Ela traduziu em palavras tudo aquilo que estou sentindo...
Obrigada!
Elenita Rodrigues