terça-feira, 16 de agosto de 2011

Fortalecida pela dor...



Emudeço nos momentos em que guardo as lembranças com o máximo pudor. São lembranças ainda bem nítidas em minha mente. Fatos passados induzidos pelo presente, como se eles emanassem os nossos segredos. O mundo pouco se interessa pelo que se passa em nossa vida.  Espio no espelho e me vejo frágil. Mesmo assim, ele ousa decifrar minhas emoções. Tento expulsar esta mágoa recente para amenizar minha dor. Procuro ignorar este sofrimento! O escuro acalma os meus conflitos, que driblo entre lágrimas contidas. Suspiro na tentativa de camuflar minha tempestade interior.


“Escondo esta dose de irritação que me invade/ um certo desconforto me incomoda /Meu desejo,/ É quase uma agonia!” 


Tudo neste instante se torna quase impossível! Decidir o rumo que se deve tomar é muito difícil! Conheço minha incapacidade de tomar decisões. Suspirei e avaliei o que pretendia. Minha sensatez teria que ser justa. Decidi acabar com toda essa festa dentro de mim e que fiz crescer com a minha imaginação. Preferi romper com tudo antes do final do jogo. Esperei as palavras que não se construíram. Desvirginei a minha vergonha e decidi colocar um ponto final nesse sentimento, machucante e desgastante.


Fui rápida. Estava fortalecida pela dor. Abreviei as palavras para sofrer menos, o que não impediu de machucar meus sentimentos. Penetrei com a confiança dos sábios, fitei nos olhos e derramei toda minha magoa... Em segundo, disse o que me veio à cabeça.


 Aquele porte de homem requintado, baixou os olhos num ato de covardia. Nada disse, simplesmente aceitou. Até quando aquele instante simbolizaria um amor perdido? Onde estava eu, que não enxerguei este momento! Este era um saldo negativo em minha vida!


O silêncio eloqüente repetia as palavras ditas em um só fôlego. Não fazia sentido mencioná-las, novamente. Para quê? Era somente uma foto fora de foco...


“Basta-me o êxtase da noite.../Seduzindo a lua./Olho para Ela e fito-a/ Com a impulsividade do antes.” 

Rosa Cruz


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