sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Coisas que a gente inventa...


A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida 
ensaiar mil vezes a séria despedida 
a morte real do gastamento do corpo 
a coisa mal resolvida 
daquela morte florida 
cheia de pêsames nos ombros dos parentes chorosos 
cheio do sorriso culpado dos inimigos invejosos 
que já to ficando especialista em renascimento 
Hoje, praticamente, eu morro quando quero: 
às vezes só porque não foi um bom desfecho 
ou porque eu não concordo 
Ou uma bela puxada no tapete 
ou porque eu mesma me enrolo 
Não dá outra: tiro o chinelo... 
E dou uma morrida! 
Não atendo telefone, campainha... 
Fico aí Camisolenta em estado de éter 
Nem Zangada, Nem Histérica, Nem Puta Da Vida! 
Tô Nocauteada, Tô Morrida!
 

Depois acorda bela
corta os cabelos
muda a maquiagem
reinventa modelos
reencontra os amigos que fazem a velha e merecida
pergunta ao teu eu: "Onde cê tava? Tava sumida, morreu?"
E a gente com aquela Cara de Fantasma Moderno,
de expersona falida:
- Não, Tava Só Deprimida.

Elisa Lucinda


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