Treinei meus passos com a ajuda de outros braços..
as passadas eram inconstantes, tropeçava e caía
o hábito de fazer o mesmo caminho.. acabava levando à inércia
Depois de um tempo não aguentava trilhar o mesmo rumo
soltei meus braços de quem me segurava e fui indo..
caía, tropeçava, voltava ao mesmo caminho lá atrás..
mas continuava tentando firmar.. os tais dos passos
pés muitas vezes inseguros, voltavam aos mesmos tombos..
a sola dos pés começavam a ficar mais firmes
o relógio começava então a andar segundo o seu tempo..
a música passava a dançar no ritmo correto..
mas e aí, parou de tropeçar e cair ? precisou de braços novamente ?
de braços precisamos sempre quando pensamos que estamos sós.
e muitas das vezes transparentes são..do ajudador de nossas almas..
simplesmente somos tocados na ponta dos dedos..
os pés eles tem curvas e linhas muito pessoais..
se eu não caísse, eu não saberia o valor da firmeza
se eu não tivesse tropeçado, eu não conheceria a humildade
só sei que escrevo assim, no descalço de mim, as linhas das minhas páginas..
a ponta dos dedos viram lápis a desenhar meu mapa
e deixo de ter pés de criança quando consigo caminhar
marcando meus pés no chão..
Christi
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