E tudo de repente pára quando o cheiro já não arrepia e aguça os sentidos... Quando a voz ao pé do ouvido não desperta o furacão... Resta apenas o vazio e o amontoado de cinzas a irritar o nariz.
Sem carinhos, sem surpresas, sem poemas, sem loucuras, sem sabor...
As cinzas hoje incomodam quando reviradas na esperança de manter a última ponta de faísca acessa para aquecer nosso inverno da alma... As cinzas coitadas, mal se lembram do dia em foram chama, que queimavam, que ardiam...
O vento está levando cada vez mais um pouco da poeira que restou, o frio entra pelas frestas e vai espalhando tudo, vai deixando pó queimado de fraturas cominutivas que machucaram o coração... O que queimava agora é só poeira...
Tudo se foi, a luz, o calor e o pouco que resta do pó o vento vai levando... Acho que de maneira irreversível estamos a nos espalhar, pedaços de dor aqui e ali... Talvez inútil tentar juntá-los...
Enquanto ainda resta cinzas, os dias continuam enormes, os sonhos ficam flutuantes e sujos da poeira que sobe... Parece mesmice de todo dia... Nada muda, nada acontece enquanto permanecer com este pó sujando a luz da minha alma!
By Flor
Wedding Tickers
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