Minha maior tristeza é não ter sentimentos efêmeros. Em mim tudo é tão intenso e duradouro. Sempre invejei o transitório, o inconstante, o passageiro. Deve ser porque todas as minhas emoções parecem ser duradouras e imperecíveis. E como humana falha e inacabada que sou, tenho o defeito de recusar o temporário. Sou um ser mortal e tenho ações tresloucadas do perene. “ “Sou pequena, mas fito os Andes”.
Quando as coisas mais bonitas são as que demoram tempo suficiente para serem inesquecíveis. Leves. Sem dor. Sem demora. Sem conseqüências. Apenas boas lembranças. Coisas que só existem para encantar e depois vão. Mas, sem tristeza. Porque ficam num lugarzinho bonito da memória.
Tentar apreender o efêmero só pode trazer consternação. De vê-lo se deteriorar lentamente. Dos fios da vida se partindo e senti-los se partir um a um. Tentando perenizar o perecível que irremediavelmente deixará uma ferida aberta.
Lia Araújo
"Que o breve seja de um longo pensar.
Que o longo seja de um curto sentir.
Que tudo seja leve de tal forma que o tempo nunca leve."
Que tudo seja leve de tal forma que o tempo nunca leve."
Alice Ruiz
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