Às vezes me considero meio assim: munida de visão de raio X e com tamanha facilidade para ler as (entre)linhas das pessoas, até mesmo quando não querem ser lidas (e geralmente não querem, pois têm medo de revelarem suas inquietações, seus medos). Assusto algumas, encanto outras. Sou amada ou odiada, mas nunca consigo passar de forma desapercebida. Juro que às vezes até gostaria, pois talvez assim eu fosse mais leve! Mas aí não seria eu, seria apenas o que eu queria ser (momentaneamente).
É ruim você se sentir uma invasora, ainda que não tenha essa intenção. É incômodo demais você enfiar a mão lá no fundo das águas e voltar com elas cheias de lodo, quando se percebe que gostariam que você apenas fitasse as águas, cristalinas na superfície, de longe até, se possível. Talvez não saibam que o lodo é bem mais bonito por ser pouco explorado e pode, inclusive, nos presentear com uma bússola perdida, um peão, uma garrafa com um bilhete de amor dentro ou até mesmo uma pérola. A superfície clara se limita a nos oferecer o que os nossos olhos vêem, nada além, por isso eu sempre preferi as surpresas presentes no lodo e suas múltiplas possibilidades...
By Flor
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