terça-feira, 28 de fevereiro de 2012


Olhando para trás e avistando a estrada que segui para chegar onde estou, posso sentir o quanto Deus me ama e abençoa meus passos.
As pessoas que conheci, os sonhos que realizei, os sorrisos que distribui, a família que formei, as descobertas que fiz, as jóias que encontrei, o amor que recebi.
Tudo isso me construiu e me moldou a ser quem hoje sou.
A minha completude é exatamente esta: estar em constante mudança e evolução.
Aprendi a muito custo a ignorar o que nao me soma.
Fiz uma colcha de retalhos com cada fotografia tirada, cada momento guardado, cada palavra dita, cada emoção vivida, cada cheiro inesquecível.
É nela que me embrulho todas as noites antes de pescar estrelas.

Paulinha Leite


segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012


Mais uma semana começa. Mais um parágrafo dessa feitura de um novo capítulo ou da continuação do mesmo. Ou a oportunidade de começar uma autobiografia mais interessante, incluindo cenários, situações e pessoas especiais. Mais uma semana começa, mas a vida continua com seus acontecimentos corriqueiros. Estamos apenas (!) no fluxo e podemos escolher participar, vivenciar, experienciar e contribuir com a Beleza, ou simplesmente, contemplar da janela os dias se completarem_ tornando essas horas estéreis. Mas é possível ser e estar presente. Ativo. Vibrando na disposição de aproveitar a constante mudança. É possível ser generoso consigo e com o outro a aplicar seus aprendizados em seu benefício. Quando estamos cobertos de Boa Sorte e Gratidão, tudo ao nosso redor recebe esta Graça. A energia da alegria é um poderoso antídoto contra o desânimo próprio e alheio. Nós só temos este agora, mas é possível planejar coisas como surpreender-se consigo mesmo para adereçar sua rotina de surpresas...e que sejam boas! O mesmo esforço que fazemos para não melhorar pode ser canalizado para encher nossos dias de LUZ! Ser bom, ser feliz é um exercício diário... no começo, isto exige esforço porque é consequência de uma reformulação interior e mental, mas depois, torna-se um hábito... E ser feliz vira um estado inevitável!

Marla de Queiroz




domingo, 26 de fevereiro de 2012

Escolho você...


Quando nos despedimos era a hora certa. Você esperou meu choro, meu desespero, minha súplica e minha ligação, esperou por coisas que não vieram. Você estava pronto para me consolar, para dizer que eu tinha que ir em frente e deixá-lo, mas não esperava que eu já conhecesse o caminho, que já tivesse partido bem antes do adeus.
Preciso te contar o quanto estou incrívelmente feliz, o quanto o meu amor próprio superou as madrugadas longas, o quanto que me descobrir fez te esconder na memória, o quanto me permitir me fez mais interessante, o quanto fantástica posso ser e as pessoas que posso ter ao redor, que posso escolher e não ser a escolha. Eu escolho você. Te escolho para ser quem irá ficar me esperando do outro lada da linha, da ponte, da avenida. Te escolho e te coloco do lado oposto da minha opção pela alegria.
Te escolho não por maldade, por vingança ou por caridade, mas porque você me ensinou muitas coisas, e coisas boas, coisas que nem um inimigo me ensinaria. Por causa de você conheci meus limites e os desaprendi, e hoje não me permito a nada que seja menos do que a felicidade ou mais do que a sensatez. Você me ajudou a me tornar uma mulher mais forte e menos tempestuosa. Me ensinou a não ser cruel, quando me magoou. Me ensinou a como não permitir o descaso, quando te contava um sonho. Me ensinou como não enganar, quando optou por outros planos. Me ensinou a descobrir o quanto posso ser amada, quando teu cuidado era de outra face.
Hoje meu corpo tem outras mãos espalhadas, hoje meu caminhar é um convite, hoje meu olhar é uma armadilha, hoje minha lembrança é uma tortura, hoje minha companhia é para poucos, hoje meu cheiro é um abismo, hoje meus dedos são violinos, hoje meu riso é a felicidade, hoje meu plano aceita ser surpreendido. Hoje apenas me permito a certeza do que a incerteza me impõe.
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Cáh Morandi


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Heróis e Fantasmas...


Você já nem pode mais conversar. Já perdeu o controle, porque algumas coisas mudaram. Porque já não sou mais quem você costumava conhecer. Alguns amigos se vão. Outros voltam. Outros permanecem. E outros permanecerão, mesmo que você se desfaça, que se refaça.
É muito mais fácil abandonar, deixar para trás, ver o rosto pelo avesso, sem traço, sem escapatória. Você pode errar, deixar o mundo de cabeça para baixo. Outros caminhos se abrem. Mundos costumam se reconstruir. Não sei como.
Nenhum pensamento em retorno. Sozinho você continuará acreditando, acreditando em um mundo que já deixou de ser. Passará a sonhar com e em outro mundo. Sua vida já será outra. Você começa a se mexer e querer ver os resultados de tanta espera, de tanta cansaço. Acho que você sabe, porque o que eu fiz ou o que fui foi só um ensaio.
Essa é a minha primeira vontade, a que vem na frente, a que mais se mostra, a que sempre se mostrou e você tanto ignorou. O meu momento de glória. A minha partida. Não um erro, um tropeço, que você conheceu, que você diz que conheceu. Parar celebrar à sombra.
Porque eu já vi esse olhar antes. Olhar com lágrimas é desespero na despedida. Tente sorrir. Não nos resta mais nada além disso. Nossos caminhos são outros. Nossos desejos são outros. Perdemos a compatibilidade do afeto.
Já aconteceu e você nem viu. As provas estão aí. Pode conferir. E quando voltar, já estarei longe, escrevendo cartas e mais outras cartas para distrair a dor, para tapear a tristeza. Fique com os seus fantasmas.
Não é difícil de entender quando o frio queima. Você só vai entender quando eu já não mais estiver aqui. Só assim.
Porque meus heróis são os seus fantasmas. Eles até se confundem, são quase idênticos. Tão distintos. Ínfimos.
Vou buscar meus sonhos em outro lugar.

Leandro Lima

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Há um momento...


Há um momento sem sol em que a gente percebe que o amor anoiteceu. O coração enxovalhado, ferido, está exaurido pela aflição de tanto esticar-se para tentar alcançar o fio da linha que se soltou e amarrá-lo de novo na pontinha dos sonhos. No fundo, ele sabe que não o alcançará: voa longe demais da possibilidade de alcance. Se ainda insiste, buscando impulso para pulos cansados, é porque aquele amor, exatamente aquele, ainda é tudo o que ele mais deseja. Porque não sabe onde colocará as mãos, o encanto, o olhar, depois daquele instante. Porque não lhe importa que outro amor venha ao seu encontro. É aquele, aquele lá, que ainda o descompassa.

Vida marejada, nó apertado na garganta das coisas, chega finalmente o momento em que desejamos apenas o sossego que costuma vir com a aceitação. Coragem, às vezes, é desapego. É parar de se esticar, em vão, para trazer a linha de volta. É permitir que voe sem que nos leve junto. É aceitar que a esperança há muito se desprendeu do sonho. É aceitar doer inteiro até florir de novo. É abençoar o amor, aquele lá, que a gente não alcança mais. 

Ana Jácomo


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Silêncio...


Silêncio,
preciso ouvir a voz do coração.
tempo de calmaria (preciso)
dentro mim .. .

preciso ouvir
as estrelas,
as borboletas aqui dentro.

é tempo de calmaria
em minh'a alma
meu coração!




terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Flor-Semente...


Gosto de cuidar com paciência do meu jardim que cresce a passos lentos e ressurgi sem o medo das tempestades da inveja, do (des)amor. Da Fé semeadora onde o desprezo, amargura, o descaso; do amor não correspondido não aniquila o meu agora e nem o meu depois. E se a espera de possuir a colheita da flor-semente, dos versos trocados, das palavras cultivadas, da eternidade que não germinou nosso presente. E cujo resgate possuía, ou melhor possui, o adubo da célebre-terra, do cuidado seu; do jardim que nos possui, do beijo que não se esqueceu de resgatar e nem de devolver. Possuir, sem p-o-ss-u(ir), sem nos alcançar. Se por hora às vezes vivo na travessia desses questionamentos, a vagar perguntas sem respostas sempre na mão dupla. Por entre encontros que não acontecem e não se consomem. Do alcance inatingível, onde todo meu voo tem a leveza da brisa que alcança e abraça a prece rogada a Deus.
Do breve e tímido silêncio que carrego em mim enquanto faço a varredura das folhas nesse chão onde meus pés diariamente deambulam e vislumbram plantar as melhores sementes. Embora com o corpo fragilizado das colheitas e plantios anteriores. Luto todos os dias para que as águas do mar nebuloso não naufrague os ramos, as rosas, as poesias; o florescer do Amor que creio.
Ainda em êxtase, o firmamento tenta anunciar seu desporto num cais qualquer, como noutro tempo, como aquele bem-querer do moço em minha idade pueril, aquele marcado, aquele cuja as forças dilaceram em dor intermitente, aquele cujo o céu azul desbotou por temporadas a fora e pariu nos meus átrios uma fecundação em flor poética. Possuir sem possuir-te.
A casualidade fez da minha inadequação passada separar melhor meu plantio, cuidar do agora, dos floreios, das mudas. Embora arrisquei algumas sementeiras que não vingaram, mas veio fazer-se também estória. Talvez uma algia me ocorre e arrebata os punhos há três meses, um cansaço nos joelhos por ficar prostrados no chão por dias a fio, onde regi ou tentei fazer-se janela; paisagem sagrada a espera de brisas. O espaço onde meu Amor foi fazer-se grande demais, capaz de abargar aquela abertura vivida, a assustar o brilho do girassol. Um dia noutro tempo, uma época em que não aconteceu, ele afongentou-se covardamente. E ela, nem sabia o que viria a ser hoje seus dias e vivificar a mística narrada outrora em seus puéris tenros anos. Ao passo que sua coragem já ditada antes mesmo de saber qual voo flutuaria seus pés por sob aqueles desenhos de quando pequena rabiscava o papel do pão: ela e ele passeando de balão. Qual seria a cor lilás da rosa que plantou. Dos sussurros e ar(dor) do íntimo dele dentro de mim, a tentar possuir no atrito das epidermes cavernosas, naquele espaço apertado, úmido-quente, difícil; só para romper as membranas, os vasos sanguíneos fininhos dentro, bem dentro e consumir-se mutualmente os dois, fazendo-se apenas um. E o coração saltitava e desencontrava a confessar sentimentos, enquanto preparava sua terra, desde sempre. Assim em todo o tempo arava esses espaços, de ciclo a ciclos, recompondo os vãos. Enquanto a impossibilidade das aragens, ou mesmo das tempestades tentavam arrombar e carregar o Crepúsculo de dentro de mim.
Foi então que eu me convenço que esta dor doutro tempo me acompanha e se repete e me faz ser opositora de mim mesma. Porque encontro novamente ao que me fez perder os eixos, mas ao passo que, pus-me a mudar a rota; traçar os descontornos do chão, n´uma nova anatomia radiografada. Porque vejo e inspiro que o raio do Céu firma a luminosidade das rosas, aquece as raízes a se move e a pousar no campo escolhido, sem intenção de te escolher.
O gosto doutra época, incinerava minhas inquietações e fui-me para outro rito. Almejar alguma reciprocidade, mas tentando arar o adubo novo, as sementes e mudas semicoloridas, sem pretensões. Só predispondo eternizar o verdadeiro. Carregar mesmo com os espinhos, Cravos, Girassóis, Tulipas, o Amor nas minhas próprias mãos e preparar o solo. Afinal, após as chuvas, a terra se alimenta, se desmancha. Sendo mais propício para o plantio.
Exala em toda a parte do quarto uma continuidade de perfumes amadeirados e feminis, inspiro ar fresco a hortelã que a pele dele liberava após o banho. É o convite da Vida, onde os cuidados com as pétalas fará amenizar as dores, pincelar com destreza os raios de Sol e essa Flor que se multiplica em meu peito.

Fernanda F. Fraga


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Extravios...



Eu te agradeço por esse afastamento lento e gradual e pela viagem interrompida por seus perpétuos atrasos causados pelo medo de tirar os pés do chão. Agora, a cada dia eu preciso de uma roupa nova desde que minhas malas foram extraviadas para sempre com todo o nosso excesso de bagagem. Eu te agradeço pela honestidade da sua omissão tão previsível que sempre confundi com meus presságios. Essa ida sem despedida que você covardeou: eu finjo que não sei, você finge que não foi.E a gente segue inventando que ainda se interessa pelo que começamos a construir juntos, num outro contexto, pra realçar nossos vínculos. Eu te agradeço a descoberta de que se não seguimos juntos nessas coisas do amor, seja porque talvez eu, veterana enquanto você ama-dor.


Marla de Queiroz


domingo, 12 de fevereiro de 2012

Vivendo meu EU...



Intensamente abraçando a vida e pouco me importando para a inércia chata e retilínea que por vezes insiste em aparecer...
Vivo de caminhos tortuosos, sou curvilínea, tenho altos e baixos, contratempos e muita torção de quadril... Fora o "rebolation" básico de saúde para enfrentar as pancadas do dia-a-dia!!!
Sigo com meu salto 12cm, cabelos ao vento, me reescrevendo, me reinventando, fazendo moda, me apegando e me afastando... Fugindo daquilo que é ruim e buscando o que me faz bemmm...
Embora dolorida... Que delícia viver esse EU, uma história em (re)construção sempre!!!

By Flor


Wedding Tickers

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Quando...


Quando você tenta o seu melhor, mas não tem sucesso. Quando você consegue o que quer, mas não o que precisa. Quando você se sente cansado, mas não consegue dormir. Quando você perde algo que não pode substituir. Quando você ama alguém, mas é desperdiçado. Pode ser pior?

Coldplay


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Pior de tudo...


E o pior de tudo, é saber que você está bem e está bem sem mim. É ter que ver você sorrindo e saber que não sou mais o motivo de tal perfeição. O que machuca, é saber que você não precisa dos meus cuidados e chego a pensar que nunca precisou. Chego a pensar que tudo foi ilusão, ou quem sabe, uma boa encenação. Não importa. Pra mim, pelo menos, parecia real e em algum momento deve ter sido mesmo. Tem que ter sido. Me nego a acreditar que todas aquelas palavras foram vazias. Não te cobro as promessas que não foram cumpridas. Te cobro um “sinto sua falta” ou apenas um “como você está?”. Eu aceito essa distância, mas é impossível digerir o teu silêncio. São coisas simples, sempre gostei do simples e você sabe, por isso gostei de você. Digo conjugando o verbo no passado. Foi aonde você ficou. Foi aonde tudo o que vivemos ficou. Mas as vezes, só as vezes, por um momento de fraqueza, sei lá, eu sinto falta. Sinto saudades. Mas logo a ficha cai. Me lembro que só posso viver o meu presente se eu me desprender do passado, se eu me desprender de você. E com essa conclusão, eu te digo adeus a cada dia. Me despeço de alguém que ainda mora dentro de mim.

Autor Desconhecido

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Com o tempo...


Tenho aprendido com o tempo que a felicidade vibra na freqüência das coisas mais simples. Que o que amacia a vida, acende o riso, convida a alma pra brincar, são essas imensas coisas pequeninas bordadas com fios de luz no tecido áspero do cotidiano. Como o toque bom do sol quando pousa na pele. A solidão que é encontro. O café da manhã com pão quentinho e sonho compartilhado. A lua quando o olhar é grande. A doçura contente de um cafuné sem pressa. O trabalho que nos erotiza. Os instantes em que repousamos os olhos em olhos amados. O poema que parece que fomos nós que escrevemos. A força da areia molhada sob os pés descalços. O sono relaxado que põe tudo pra dormir. A presença da intimidade legítima. A música que nos faz subir de oitava. A delicadeza desenhada de improviso. O banho bom que reinventa o corpo. O cheiro de terra. O cheiro de chuva. O cheiro do tempero do feijão da infância. O cheiro de quem se gosta. O acorde daquela risada que acorda tudo na gente. Essas coisas. Outras coisas. Todas, simples assim.

Tenho aprendido com o tempo que a mediocridade é um pântano habitado por medos famintos, ávidos por devorar o brilho dos olhos e a singularidade da alma. Que grande parte daquilo em que juramos acreditar pode ser somente crença alheia que a gente não passou a limpo. Que pode haver algum conforto no acordo tácito da hipocrisia, mas ele não faz a vida cantar. Que se não tivermos um olhar atento e generoso para os nossos sentimentos, podemos passar uma jornada inteira sem entrar em contato com o que realmente nos importa. Que aquilo que, de fato, nos importa, pode não importar a mais ninguém e isso não tem importância alguma. Que enquanto não nos conhecermos pelo menos um pouquinho, rabiscaremos cadernos e cadernos sem escrever coisa alguma que tenha significado para nós.

Tenho aprendido com o tempo que quando julgamos falamos mais de nós do que do outro. Que a maledicência acontece quando o coração está com mau hálito. Que o respeito é virtude das almas elegantes. Que a empatia nasce do contato íntimo com as nuances da nossa própria humanidade. Que entre o que o outro diz e o que ouvimos existem pontes ou abismos, construídos ou cavados pela história que é dele e pela história que é nossa. Que o egoísmo fala quando o medo abafa a voz do amor. Que a carência se revela quando a auto-estima está machucada. Que a culpa é um veneno corrosivo que geralmente as pessoas não gostam de ingerir sozinhas. Que a sala de aula é a experiência particular e intransferível de cada um.

Tenho aprendido com o tempo coisas que somente com o tempo a gente começa a aprender. Que o encontro amoroso, para ser saudável, não deve implicar subtração: deve ser soma. Que há que se ter metas claras, mas, paradoxalmente, como alguém me disse um dia, liberdade é não esperar coisa alguma. Que a espontaneidade e a admiração são os adubos naturais que fazem as relações florescerem. Que olhar para o nosso medo, conversar com ele, enchê-lo de cuidado amoroso quando ele nos incomoda mais, levá-lo para passear e pegar sol, é um caminho bacana para evitar que ele nos contraia a alma.

Tenho aprendido que se nos olharmos mais nos olhos uns dos outros do que temos feito, talvez possamos nos compreender melhor, sem precisar de muitas palavras. Que uma coisa vale para todo mundo: apesar do que os gestos às vezes possam aparentar dizer, cada pessoa, com mais ou menos embaraço, carrega consigo um profundo anseio por amor. E, possivelmente, andará em círculo, cruzará desertos, experimentará fomes, elegerá algozes, posará de vítima para várias fotos, pulará de uma ilusão a outra, brincará de esconde-esconde com a vida, até descobrir onde o tempo todo ele está. 

Ana Jácomo


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Entretanto...


O que eu quero
é um caso sério
que beire ou mergulhe
a loucura ou o mistério

O que eu quero
é um caso sério
que baste ou borbulhe
a lisura ou o etéreo

Entre o sim e o não
uma possibilidade irrestrita
entre o amor e a solidão
entre a cura e a ferida

Entre o fim e o vão
uma polaridade infinita
entre a cor e o borrão
entre a morte e a vida


Cris de Souza & Cáh Morandi


terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Ancorar o Sagrado...


Creio numa distância demarcada geograficamente. Mas elas declamam e se unem por fusos horizontais: alma e corpo. Desbravar o Sagrado e entender que o amava, mas amava o que ainda ama sem o ter. Talvez uma forma redentora de distrair a Alma, usamos alguns meios de prosseguir o rumo, remar frente as tempestades que os “outros”, aqueles “outros” nos fizeram ilhar por entre os vendavais e naufrágios de suas próprias desistências.
Uma pesada desconfiguração lapidadas por cristais de vidros transparentes, que (eu) ousei tocá-los com as gotas da poesia. E me assentava lá naquele banco, onde já avistava seu pôr do sol. Partir nessa lonjura de se chegar a esse arquipélago, remando o barco onde se permite que o hoje sopre as brisas de Você. Âncoras lançadas ao mar, de renovações e encontros.
É exaustivo e o cansaço em ser velejante de arquipélagos de chegar as possibilidades do que realmente me reitera, são as desistências. Aquele que decidiu navegar comigo até a linha de chegada como quem canta as glórias e os seus fracassos, pode tentar enxergar a prevalência do que pode vir a ser: o algodão doce, minhas poesias, por sobre os pincéis de suas palavras. E eu percebo ainda que os que desistem de nós são fraquejados pelas circunstâncias, não conseguem segurar a "barra". Os vemos escorrer, escapar o que no tempo, não permanece.

Assim versando o infinito das minhas palavras e suas entrelinhas, reconheço as regras de se chegar juntos a esse encontro. Passo a dar lugar não ao que deve ser útil, nem ao que prende, mas que no Amor me transforma. Percebo ainda das inúmeras vezes que naveguei pensando que o outro também estivesse fundamentando nisso e pareceu decidir ser âncora, aliança, ser poesia, ser Amor.
Fui golpeada pelos escorregões das gotas das chuvas que instabilizaram meus pés, meus braços e deixaram meu navio inseguro. Então, é quando eu percebo que o outro já desistiu de mim há muito tempo e eu já percorria sozinha. Remou o barco um certo tempo e depois deixou-me à deriva. É o que mais dói encontrar-se solta, descobrir ao virar o rosto e ver seu navio já vazio. Machucada com alguns hematomas e arranhões, mas inteira.

Fernanda Fraga


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A vida segue...



Porque a vida segue. Mas o que foi bonito fica com toda a força. Mesmo que a gente tente apagar com outras coisas bonitas ou leves, certos momentos nem o tempo apaga. E a gente lembra. E já não dói mais. Mas dá saudade. Uma saudade que faz os olhos brilharem por alguns segundos e um sorriso escapar volta e meia, quando a cabeça insiste em trazer a tona, o que o coração vive tentando deixar pra trás.
Então eu pego o passado, e transformo em poesia-ou-coisa-assim.

Caio Fernando de Abreu


domingo, 5 de fevereiro de 2012

Totalidade...


...Deixe doer o que for honesto. Deixe alagar seus olhos de chuva, escorrer pelo seu rosto e traçar caminhos sinuosos ou retas perfeitas como fazem os rios. A dor só quer te lembrar que há vida naquilo que você rejeitou porque compunha um outro extremo do que imaginamos ser a felicidade. Ela quer que você adquira sabedoria experimentando a totalidade…

Marla de Queiroz


sábado, 4 de fevereiro de 2012

Pactos...



Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois. Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando.

By Duarte Junior

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Silêncio...



Silêncio para as palavras que não foram ditas, nem expressadas.
Silêncio para os amores que se acabaram, sem obter encontro.
Silêncio para as dores que foram esquecidas, mas não curadas.
Silêncio para o abraço solitário, sem compaixão.
Silêncio para o sorriso forçado, para a lágrima que escorre.
Silêncio para as lutas perdidas, por algo jamais conquistado.
Silêncio para as tristezas compartilhadas, pelo choro sem razão.
Silêncio pelas lembranças ainda existentes, por não ter mais o que lembrar.
Silêncio pelos corações partidos, transbordado por sentimentos verdadeiros.
Silêncio pela saudade daqueles que mau sabem que sentimos saudade.
Silêncio pelas flores jamais entregues, pelos "eu te amo" jamais ditos.
Silêncio pelo dia que se fez noite, pela luz que se apagou.
Silêncio pela primavera sem flores, pelas canções jamais tocadas.
Silêncio por tudo aquilo que foi sonho, e que pela manhã se acabou.
Silêncio pelos atos impensados, pelas atitutes sem princípios.
Silêncio... peço silêncio...
Pois em algum canto, em meio ao silêncio total, uma alma chora.

Por Fe Lopes


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Alguma coisa...



“Preciso muito que alguma coisa muito muito boa aconteça na minha vida... alguma coisa, alguma pessoa. Acho que tenho medo de não conseguir deixar que o passado seja passado, de aceitar verdades pela metade, de viver de ilusão. Eu preciso muito muito deixar acontecer o momento da renovação, trocar de pele, mudar de cor. Tenho sentido necessidades do novo, não importa o quê, mais que seja novo, nem que sejam os problemas. Preciso deixar a casa vazia para receber a nova mobília. Fazer a faxina da mente, da alma, do corpo e do coração. Demolir as ruínas e construir qualquer coisa nova, quem sabe um castelo."

Caio Fernando Abreu



quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Quem gosta sabe...



‎"Quem gosta de verdade de você, vai compreender todos os seus silêncios, o dito e o não-dito, os seus poços escuros, suas emendas, vai desvendando aos poucos, o mistério que é sentir tudo e sentir nada, tudo ao mesmo tempo. Vai se encarregar de arrumar essa sua bagunça, ou fazer parte dela, quem sabe".

Sheila Akira


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