Caímos. Não podemos evitar as quedas. A justiça ideal não consiste em não cair. Sofremos. Não podemos evitar as desilusões. A justiça ideal não consiste em ser feliz todo o tempo. Procuramos por respostas e encontramos mais perguntas. Proc
uramos por convicções e achamos mais incertezas. Trilhamos um caminho rumo a não-sei-onde-vai-dar, cheio de armadilhas e refúgios. Retornos? Só se for em marcha ré, mas com tanta gente que vai estar atrás, você vai acabar voltando ao mesmo ponto. Somos como a fênix, morrendo para renascer das cinzas. Matamos quem éramos para sermos quem somos. E mudamos. Melhoramos. E, no fim, quando tivermos chegado ao ponto supremo, descobriremos que não somos mais apenas nós mesmos. Seremos cada pedacinho das pessoas que encontrarmos em nosso caminho, seremos cada planta que cultivarmos, seremos cada detalhe que construímos. Seremos tão nós mesmos a ponto de sermos cada um que passa por nossas vidas. Aprenderemos, finalmente, que não estamos sozinhos, que não vivemos sozinhos, que não crescemos sozinhos e que não somos nós mesmos sozinhos. Não somos nós mesmos sozinhos. Nós somos o nada. E, ao mesmo tempo, o tudo.
Lívia Leal
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