Teto cinza, semiventos. Olhares turvos, cotidianos. Coração amanheceu desorientado, chuvoso. Com beiradas e um horizonte do lado errado, fazendo dúvidas. Às vezes dói qualquer passo, qualquer alarme em falso faz noite. Esgarço um sorriso negligente, aparto a neblina e tento com alguma pouca manha, entender o que existe no depois das nuvens que de tão adensas, escondem o melhor das circunstâncias: meu eixo. Tentativas como essa, geralmente atravessam todos os nossos princípios. Então é preciso não ligar tanto para acasos e indícios, adaptar coragens e, espairecer. Na distração das chuvas, costuma nascer o Sol que de tão dentro e pouco só, vai fazendo dia.
Às vezes a vida anuncia somente um terço da sua alegria. Só um. É preciso enxugar as entrelinhas. Estiar.
Priscila Rôde
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